Parada é obrigatória: Quarentena não é férias nem momento de lazer nas ruas e bares da cidade

Renata Galdino e Márcia Vieira
Hoje em Dia - Belo Horizonte
24/03/2020 às 01:48.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:03
 (EDUARDO GOMES/DIVULGAÇÃO)

(EDUARDO GOMES/DIVULGAÇÃO)

Alguns reclamam de serem “obrigados” a ficar em casa. Outros, de que também deveriam estar reclusos. O isolamento social, recomendado pelas autoridades para conter o avanço do coronavírus, desagrada parte da população. Mas a medida é a alternativa mais eficaz no combate à doença que assola o mundo e cada vez mais faz doentes no Brasil. Daí precisar ser definitivamente encarada como uma ordem por quem insiste em sair às ruas, mesmo tendo a opção de ficar em casa. Um simples passeio pode levar à contaminação – e ao risco de vida – para várias pessoas, afirmam especialistas. 

Ter menos gente nas ruas é o único remédio para que a situação no país não chegue ao mesmo patamar da Itália. O número de mortes na nação europeia assusta: são mais de 4 mil. Em um só dia, a sexta passada, foram 627. Na China, onde tudo começou, houve mais de 3,3 mil desde o início.

“Estamos tomando atitudes antecipadas em relação à Itália. A esperança é que o que ocorreu por lá tenha sido um aprendizado”, destaca Estevão Urbano, infectologista do Hospital Madre Teresa, na capital mineira. Presidente da Sociedade Mineira de Infectologia (SMI), o médico é um dos especialistas do Comitê de Enfrentamento da Epidemia da Covid-19, criado pela Prefeitura de BH. 

A quarentena, explica, é essencial porque quanto mais próxima uma pessoa da outra, maior a chance de transmissão do vírus por tosse, espirro ou mãos. “O afastamento social pode reduzir o nível de contaminação. Não acabar, mas reduzir”, frisa. O Ministério da Saúde calcula que a explosão de casos da doença dure até junho, com um colapso na rede hospitalar já em abril. Redução do número de novos pacientes, só de setembro em diante.  
 
NAS RUAS
Nem todas as pessoas podem, de fato, seguir a recomendação de isolamento. Há casos de porteiros de condomínios, seguranças e trabalhadores de supermercados e farmácias que não foram dispensados do serviço – algumas atividades, inclusive, são essenciais. 

Mas quem pode ficar em casa deve cumprir a determinação até mesmo para reduzir o risco de quem tem que sair. Mas não foi o que vimos em Montes Claros no fim de semana. A feira do bairro Major Prates, por exemplo, ficou lotada no domingo, o que gerou indignação de muitos moradores que permaneciam em casa e demonstraram a insatisfação pelas redes sociais.

Inicialmente o município havia liberado o funcionamento das feiras livres, mas no Major Prates a feira, que é uma das mais tradicionais da região, precisou ser fechada depois que os feirantes e população desobedeceram  as restrições. 

A polícia foi até o local e encerrou a feira, após as diversas manifestações de indignação nas redes sociais, mostrando a aglomeração de pessoas e a ausência de itens como máscaras e luvas, que deveriam ser usadas pelos feirantes.

O secretário de Defesa Civil, Anderson Chaves, afirmou  que os comerciantes receberam instruções de manter distanciamento entre as barracas  e outras medidas de prevenção, mas eles não cumpriram e houve alteração da medida, com a suspensão das feiras.

O major Wellington Mourão, da Polícia Militar, informa que o monitoramento foi intensificado e o compartilhamento de decisões da força-tarefa que está atuando na cidade fica centralizado na Risp, de forma que as ações sejam deliberadas para todos e a partir daí incrementadas cada vez mais.

Desde que o Decreto Municipal foi publicado neste domingo, o secretário de Defesa Civil, Anderson Chaves, reforçou por meio das redes sociais a necessidade de a população ficar atenta e denunciar situações de desobediência.

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