Pacientes sofrem com más condições do Alpheu de Quadros

Vererador denuncia e diretora admite problemas no pronto-atendimento, sempre lotado

Manoel Freitas
12/07/2019 às 11:23.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:30
 (MANOEL FREITAS)

(MANOEL FREITAS)

O Pronto-Atendimento Municipal Doutor Alpheu Gonçalves de Quadros, no bairro Santo Antônio, uma das regiões de maior densidade populacional de Montes Claros, não tem condições de atender os pacientes que recebe. E a unidade está constantemente lotada.

“Está sucateado e quem chegar aqui e for triado de azul e verde vai ficar esperando mesmo, não por ser desumano, porque faltam médicos, é porque o paciente não deveria estar aqui, porque não é papel nosso atendê-los. Eles deveriam estar nos centros de saúde, mas a gente percebe que eles estão tendo alguns problemas”.

A afirmação foi feita a O NORTE, na última quarta-feira, pela diretora da unidade de saúde, Maria de Socorro de Carvalho Silveira, confirmando denúncia apresentada na última sessão do Legislativo pelo médico e vereador Marlon Xavier (PTC).

Segundo o parlamentar, a “questão do Alpheu é gravíssima, está no CTI, sucateado, primeiro pela questão estruturante, ou seja, porque precisa de uma boa reforma e, com relação à aparelhagem, é mais complicado ainda”.

E o parlamentar enumera: “o raio-x não é bom, deveria ser digital, o mínimo para um pronto-atendimento daquele nível, sem contar com o aparelho de ultrassom, que é horrível, tudo agravado pelo atendimento extremamente prejudicado, porque são pessoas que esperam de seis a oito horas para serem atendidas. Elas chegam a dormir ao relento, nesse frio que está fazendo em Montes Claros”.

A diretora da unidade não escondeu a real situação dos equipamentos, pelo contrário, foi taxativa. “Tem muito aparelho sucateado, mas ninguém vai investir aqui agora porque nós não sabemos qual o desenho que a rede pública vai ter depois da inauguração da UPA do Chiquinho Guimarães (ainda em construção na Zona Sul). De repente, aqui vai ser só um ambulatório de especialidades”, pondera Socorro de Carvalho.

Ela argumenta que a Prefeitura de Montes Claros fez licitação para adquirir um raio-x digital. Por outro lado, lembra que a Unidade de Pronto-Atendimento sozinha “não vai melhorar, mas minimizar um pouco a questão emergencial da saúde em Montes Claros”.

O vereador Marlon Xavier abordou ainda outro problema no pronto-atendimento, onde trabalhou por muitos anos: são poucos médicos para atender muitos pacientes. “É urgente que, pelo menos, aumentem o número de clínicos, porque se dois médicos não são suficientes para atender, que sejam contratados três, quatro. O que não pode é a população ficar sofrendo daquela forma”, afirma.

O vereador compara que, enquanto não há investimentos na saúde, não falta recurso para obras estruturantes na cidade. “Ruas belas, asfaltadas, obras estruturantes são necessárias e a prefeitura tem um fundo para guardar dinheiro para sua execução. Mas o povo continua sofrendo, sobretudo quem não tem carro para andar nessas ruas e precisa dos serviços de saúde. Ou seja, não podemos apenas pavimentar, temos que cuidar também das pessoas, porque a saúde está um caos”, denuncia.

A secretária municipal de Saúde, Dulce Pimenta, informou que os equipamentos já foram recebidos pela administração no estado de “sucateamento” citado pelo vereador e que por isso abriu um processo de responsabilização para encontrar os culpados.

Sobre a superlotação, a secretária disse que é de conhecimento público que essa época do ano eleva o número de busca de atendimento por conta de doença respiratórias.

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