(LEO QUEIROZ)
No Dia Internacional da Cardiopatia Congênita, celebrado ontem, a médica Patrícia Lopes Moraes Petroni, cardiologista infantil e ecocardiologista infantil e fetal, chamou as mães para divulgar e conscientizar sobre a importância do diagnóstico precoce desse mal, se possível, antes mesmo de o bebê nascer. O evento aconteceu no Núcleo Especializado em Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular (Necc).
De acordo com a médica, as cardiopatias podem ser diagnosticadas já no período neonatal, através do exame ecofetal. Diagnosticar a doença antes mesmo de o bebê nascer, alerta ela, é fator importante para a expectativa de vida. De acordo com a médica, a criança cardiopata necessita de uma UTI Neonatal para uma boa expectativa de vida. “Um pré-natal bem feito pode salvar vidas. Alguns bebês precisam ser operados no primeiro dia de vida. Em alguns casos é necessária a cirurgia intrauterina, ou seja, com o bebê ainda dentro da barriga da mãe”, conta.
“Outro fator importante são as cardiopatias de risco em bebês com mães com idade acima de 35 anos, com diabetes gestacional, lúpus na gestação, cardiopatia congênita em filhos anteriores, familiares com doenças cardíacas e outros fatores que aumentam a chance de a criança nascer com cardiopatia congênita”, informou ainda.
Marlei Gonçalves, mãe de Pedro Lucas, que participou do evento, contou que o filho foi diagnosticado com cardiopatia severa, de nome hipoplasia de ventrículo esquerdo, com necessidade de intervenção cirúrgica no primeiro dia de vida, e teve diagnóstico tardio por falta de informação e de recursos na cidade onde vivia na época.
Assim, precisou ser transferido para São Paulo, com pouca expectativa de vida. “Foi uma cirurgia tardia, já com dois meses de vida, e todos acreditavam que meu filho não sobreviveria. Foi muito sofrimento para ele e para toda a família. Eventos como o que vivemos servem para que possamos, cada vez mais, nos informar e passar essas informações a outras mulheres a respeito de um bom pré-natal e da cardiopatia, de maneira geral”, ponderou.
UTI NEONATAL
Em 27 de maio, o Hospital das Clínicas Dr. Mário Ribeiro da Silveira inaugurou a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com dez leitos neonatal, para atender uma enorme demanda do Norte de Minas e Sul da Bahia, aumentando a sobrevida desses pacientes que, muitas vezes, não conseguem vagas.
Oito das dez vagas são ofertadas pelo SUS e têm extrema importância, não só para os bebês com cardiopatia congênita, mas para portadores de diversas patologias que necessitam de recuperação em UTIs.