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A flor de hibisco no auxílio ao emagrecimento é bastante conhecida nas versões em chá, pó e cápsulas. Agora, a geleia da planta é aposta para a produção das tradicionais barrinhas de cereais, comuns no cardápio de muitas pessoas que fazem dieta. A novidade é desenvolvida por duas pesquisadoras da Universidade Federal de Lavras (Ufla), no Sul de Minas, e promete ser mais saudável e menos calórica que as industrializadas.
Análises feitas em laboratório indicaram que o hibisco reduz a atuação de uma enzima responsável pela absorção de carboidratos pelo organismo. Na prática, de acordo com a professora de bioquímica Luciana Lopes Silva Pereira, uma das autoras da pesquisa, parte do açúcar presente no pão ou macarrão consumidos por uma pessoa não é armazenada como gordura no corpo.
Foi a estudante de engenharia de alimentos Vitória dos Santos, de 25 anos, que teve a ideia de introduzir as propriedades do hibisco em um lanchinho mais saudável. “O intuito não era assemelhar o sabor com a versão industrializada, mas fazer melhorias nutricionais”.
NUTRIENTES
O processo da pesquisa na Ufla começou com a desidratação da planta. O próximo passo foi criar uma geleia sem adição de açúcar, o que deu origem a duas barras de cereais: uma recheada e outra com a pasta misturada na composição.
O produto também contém aveia, que é rico em fibras e proteínas, e óleo de chia, conhecido pelo alto teor de antioxidantes e Ômega 3.
A barra da flor de hibisco tem 60 calorias, dez a menos que as convencionais. “A diferença parece pequena, mas o que importa é que são calorias ricas, que oferecem saciedade e nutrição”, afirma Luciana Lopes.
APROVAÇÃO
A ideia parece ter agradado. De acordo com as pesquisadoras, 85% das pessoas que conheceram o produto na fase de testes aprovaram a iniciativa.
Agora, elas irão fazer novas análises nas barras para melhorar a textura do lanche e avaliar a validade do produto para que ele seja disponibilizado ao mercado.
RÓTULO
Enquanto a novidade funcional não é comercializada, quem consome barras de cereais deve ficar atento quanto à presença de açúcar na composição.
Segundo Elisabeth Chiari, membro do Conselho Federal de Nutrição, é necessário ler o rótulo do produto. “Muitos alimentos rápidos têm grande quantidade de açúcar, mas apresentado com nomes como xarope de milho, açúcar invertido, maltodextrina e galactose. O açúcar em excesso aumenta riscos de várias doenças, como AVC e diabetes”.
SAIBA MAIS
Cuidado com excesso
O consumo excessivo do hibisco pode provocar aborto. De acordo com Elisabeth Chiari, membro do Conselho Federal de Nutrição, o risco existe porque a substância interfere no nível do hormônio estrogênio. “A planta é contraindicada para gestantes e mulheres que desejam engravidar. Pessoas com pressão baixa também devem evitá-la, pois piora o quadro”, diz. Para quem tem costume de ingerir o hibisco, a especialista também faz um alerta. O recomendável é consumir, por dia, uma colher de sopa da flor seca, diluída em 300 ml de água.
A coloração do chá também é importante, afirma o nutrólogo Guilherme Ferreira Mattos. “O líquido tem que ficar mais claro, mais rosado, para ser consumido com segurança. Quanto mais escuro, pior”.