Hepatite viral faz vítimas em MOC

Vacina é uma forma de prevenção, mas cobertura é baixa

Christine Antonini
30/07/2019 às 06:45.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:45

Doença silenciosa, que tem tratamento e cura se diagnosticada precocemente, as hepatites virais ainda são um problema de saúde pública no país. Apesar de o Ministério da Saúde ter registrado queda de 7% nos casos nos últimos dez anos, os números ainda são considerados altos e a baixa cobertura vacinal preocupa.

Nesta Semana Mundial de Luta contra as Hepatites Virais, as autoridades de saúde lançam um alerta para a prevenção. Em Montes Claros, duas pessoas morreram neste ano vítimas da doença – de um total de nove casos registrados. O último óbito havia sido em 2015. Daquele ano até 2019, o município já teve 165 ocorrências de hepatites virais.

E o índice de cobertura vacinal na cidade é muito baixo – apenas 54,93% das crianças de até 15 meses de vida receberam a dose contra os tipos A, B e C, segundo a Secretaria de Estado de Saúde. A meta de imunização é de 95%.

No Brasil, as hepatites virais mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e C. Contudo, também existem os vírus D e E –esse último mais frequente na África e na Ásia.

De acordo com o Ministério da Saúde, são doenças silenciosas que nem sempre apresentam sintomas, mas quando estes aparecem, podem ser cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.

O setor de imunização da Secretaria Municipal de Saúde afirma que o ano com maior registro foi 2015, com 42 diagnósticos, seguido por 2017, com 37, e 2018, com 36.

Segundo a médica infectologista Ana Jéssica Cardoso, os sintomas das hepatites virais surgem num estágio avançado da doença, o que reforça a necessidade dos exames de rotina que detectam os vários tipos de hepatites.

“Após uma hepatite A ou E, o indivíduo pode se recuperar completamente, eliminando o vírus do organismo. Já as hepatites causadas pelos vírus B, C e D podem apresentar tanto formas agudas quanto crônicas de infecção, quando a doença persiste no organismo por mais de seis meses”, explica a especialista.

Segundo a Secretaria de Saúde de Montes Claros, a maioria das vítimas na cidade tem de 30 a 49 anos e geralmente contrai o vírus por meio de relações sexuais sem proteção.
 
PROTEÇÃO
Atualmente, o Calendário Nacional de Vacinação preconiza a imunização contra hepatite A pelo SUS com uma dose única aplicada em crianças com 15 meses.

A hepatite B também pode ser prevenida por meio de vacinação, que também serve para imunizar contra o vírus D, disponível a toda a população gratuitamente, independentemente da faixa etária ou condições de vulnerabilidade.
 
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico precoce das hepatites é um dos principais determinantes para evitar a transmissão, progressão da doença e suas consequências.

O teste rápido fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é feito por meio de punção digital. O resultado fica pronto em cerca de 20 minutos, é seguro, sigiloso e não há a necessidade de estrutura laboratorial. Em Montes Claros, os exames podem ser feitos na policlínica do bairro Alto São João.
 
TRATAMENTO
Para todos os tipos de hepatites há tratamento e até mesmo cura. A hepatite C tem cura em mais de 90% dos casos quando o tratamento é seguido corretamente. As hepatites B e D podem ser controladas, evitando a evolução para cirrose e câncer.

A hepatite A é uma doença aguda e o tratamento se baseia em dieta e repouso. Geralmente melhora em algumas semanas e a pessoa adquire imunidade, ou seja, não terá uma nova infecção.

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