Falhas na saúde causaram a maioria das deficiências dos atletas paralímpicos

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Jornal O Norte
09/09/2016 às 07:00.
Atualizado em 15/11/2021 às 16:11

Os atletas paralímpicos brasileiros que começam a competir nesta quinta (7), nos Jogos do Rio são um retrato fiel das questões de saúde pública que tanto preocupam o Brasil. Levantamento do Comitê Paralímpico Brasileiro, do ministério da Saúde e da Organização Pan-Americana de Saúde, braço da Organização Mundial da Saúde na América Latina, mostra o quanto a falta de acesso à saúde básica, principalmente ao pré-natal e condições ideais de parto, foram responsáveis pelas deficiências de quase 25% dos atletas paralímpicos do país.

Até 1990, quando praticamente toda essa delegação já era nascida, as complicações no parto representavam o quarto maior número de mortes por habitantes no país. Já as anomalias congênitas, na maioria das vezes ligadas a falhas no pré-natal, eram a décima causa de óbitos de brasileiros.

DADOS
Dos 286 atletas convocados para a edição carioca dos Jogos Paralímpicos, 72 têm paralisia cerebral causada por má oxigenação ou por problemas decorrentes do parto ou por malformação não genética. Foram excluídas dessa soma as doenças congênitas, as de causa desconhecidas, às que foram adquiridas pela mãe durante a gravidez e passadas ao bebê (como rubéola e toxoplasmose) e que não tem relação com a falta ou falha no pré-natal. Eventuais erros médicos também foram retirados dessa soma de 25%.

Segundo especialistas, não entra nessa conta a chamada “geração talidomida”, prejudicada por um remédio que causava malformação de membros e só foi proibido na década de 70.

No começo dos anos 2000, segundo dados do ministério da Saúde, apenas 57% das gestantes do país tinham acesso ao pré-natal ainda no primeiro trimestre. Hoje, com o um avanço nos tratamentos e do pré-natal (82% de cobertura no primeiro trimestre em 2014) o número tende a diminuir nos próximos ciclos olímpicos. Mas não é certo.

PARALISIA CEREBRAL E PÓLIO
A paralisia cerebral é causada em sua maioria por não acesso a condições ideais de parto. Caso de mais de 30 atletas brasileiros. Essa geração paralímpica também aponta um problema de saúde já resolvido no país: a poliomelite.

Se a saúde pública no Brasil fez avanços significativos nos últimos 30 anos, a taxa de acidentes de trânsito continua alta. Responsável pela lesão de 18% da delegação brasileira, a mortalidade desceu no ranking de mortalidade (da 5ª maior causa de morte para a 8ª). Mas o número engana. Os números absolutos aumentaram de 41.166 em 1990 para 46.311 em 2013.

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