Estresse e cabelo branco

Pesquisa relaciona o estado emocional à mudança de cor dos fios capilares

Da Redação*
O Norte - Montes Claros
28/01/2020 às 09:17.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:27
 (Marc Thele/Pixabay)

(Marc Thele/Pixabay)

Se você quer evitar que os cabelos brancos cheguem mais cedo, uma dica: mantenha-se longe do estresse. A condição emocional pode deixar os fios grisalhos antes do envelhecimento. É o que afirma pesquisa realizada em parceria entre as universidades de Harvard (Estados Unidos) e de São Paulo (USP), publicada recentemente na revista científica Nature. 

A descoberta foi “meio por acidente”. Enquanto os cientistas investigavam mecanismos de dor em camundongos de pelagem negra, perceberam que o revestimento do corpo ficava cada vez mais esbranquiçado. Desde a administração de uma injeção com substância para induzir a sensação dolorosa até a nova coloração se passaram quatro semanas. 

O procedimento foi repetido várias vezes. Os estudiosos, então, concluíram que o estresse a que o roedor estava submetido mudou a tonalidade dos pêlos.
 
LUTAR OU CORRER
O clareamento se deu porque, de acordo com os pesquisadores, houve ativação intensa do sistema nervoso simpático, que prepara o corpo para “lutar ou correr” em situações extremas, como acontece em casos de vivências estressantes e até traumas. 

Como consequência, o envelhecimento das células-tronco do bulbo capilar é acelerado, promovendo a despigmen-tação. O processo só foi bloqueado após os animais serem tratados com um anti-hipertensivo capaz de inibir a neurotransmissão pelas fibras simpáticas.
 
HORA DE REPENSAR
Ainda não se sabe se os resultados podem levar ao desenvolvimento de um fármaco que possa impedir o embranquecimento do cabelo de forma precoce. Mas especialistas já chamam a atenção para cuidados que se deve ter com as atitudes e rotina.

“O fato de vivermos sempre fazendo várias coisas ao mesmo tempo, nos expondo a situações que causam ansiedade e chateação podem e devem ser repensadas”, destaca a psiquiatra Jaqueline Bifano. 

Psicóloga do Hospital das Clínicas da USP, Silvia Resende observa que, não sendo possível ficar totalmente longe do estresse, a recomendação é saber administrá-lo.

“Assim como a ansiedade normal, o estresse normal é necessário para a vida”, explica.

A especialista enfatiza que o problema se torna preocupante quando a situação é crônica. “O ideal é gerenciar a ansiedade usando a inteligência emocional para encontrar o equilíbrio, aumentando as atividades prazerosas, as interações com outras pessoas, lidando melhor com os pensamentos. A chave é viver o momento presente e evitar a ruminação dos pensamentos”.
*Com Renata Galdino

SAIBA MAIS
“É possível ter uma vida com menos estresse. Tudo depende de como você reage aos fatores desencadeantes e a forma como você leva a vida. Imprevistos sempre vão acontecer. Porém, como isso reflete na sua vida vai depender apenas de você. Não podemos parar com todas as nossas atividades, mas dar prioridade àquelas que são essenciais e encontrar formas, seja através de exercícios físicos, meditação, lazer, família e amigos, de conseguir ‘recarregar’ as energias para enfrentar o cotidiano de maneira mais leve. Existem vários meios para lidar com todos os aspectos que acarretam o estresse. O jeito é minimizar ou, melhor ainda, eliminar da vida os comportamentos que geram esse mal. A primeira é buscar as causas. Então, fazer uma revisão cuidadosa da rotina e, depois, modificar alguns hábitos. Colocar por ordem de prioridade as atividades e não adiá-las. Há muitas coisas que fazemos no dia a dia que são desnecessárias. Entretanto, a gente só percebe isso quando paramos para colocar ‘na balança’ as prioridades”.  Jaqueline Bifano Psiquiatra

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