Dezembro sem pânico

Fim do ano eleva o estresse e pode gerar crises emocionais

Renata Galdino
17/12/2019 às 09:11.
Atualizado em 05/09/2021 às 23:03

Dezembro abriga mais do que o Natal e o Réveillon. Para quase todo mundo, é hora de avaliar o ano que está chegando ao fim e, ao mesmo tempo, traçar metas para os novos 365 dias. Frustração para quem conclui que deixou de cumprir o que se propôs a fazer, dificultando a renovação dos planos. Também é prato cheio para emoções negativas e gatilho para transtornos emocionais que levam, por exemplo, à depressão.

Por isso, encarar bem o período é fundamental, ainda mais para quem vive no país que lidera o ranking de ansiosos no mundo, alertam especialistas. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 18 milhões de brasileiros convivem com a patologia. 

Nos últimos cinco anos, as consultas com psiquiatras em planos de saúde subiram cerca de 45%, aponta pesquisa realizada pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS). Já as sessões com psicólogos quase dobraram no mesmo período, passando de 9,1 milhões para 17,6 milhões.

Para o psiquiatra Marco Túlio de Aquino, a estatística reflete uma escolha consciente por ajuda. “As pessoas estão mais conscientes e perderam o preconceito em relação às doenças mentais. Esse é um dos motivos para esse crescimento”, avalia. 
 
SINAL DE ALERTA
Para evitar crises, neste mês os indivíduos mais vulneráveis, com histórico de transtorno mental, devem redobrar a atenção. Nesta época as memórias afetivas, os inúmeros compromissos sociais (confraternizações), as compras de Natal e o balanço do ciclo que, para muitos, se fecha, pode aumentar em até 70% o nível de estresse.

Nesses casos, a recomendação é procurar um especialista para saber como gerenciar as emoções e passar o período com tranquilidade. “Existem pacientes que, agora, passam a relembrar perdas de entes queridos, conflitos familiares não resolvidos. É preciso uma postura diante tudo isso, reformular a situação”, diz Marco Túlio de Aquino.
 
DEIXE PARA DEPOIS
Viver o presente é a recomendação da psicóloga Silvia Rezende. “Deixe para organizar o 2020 lá pelo dia 15 de janeiro, depois de pagar as contas essenciais. Dezembro é hora de relaxar, descansar e manter a calma”, pondera a especialista em Terapia Comportamental Cognitiva pelo Ambulatório de Ansiedade (Amban), do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

Seguir a orientação, entretanto, nem sempre é fácil. Pelo menos para Marcela Santos, de 37 anos. Já avaliando o 2019 que está para terminar, a empresária conta que está ansiosa ao constatar que algumas metas não foram alcançadas. 

“Dá vontade de fazer tudo nesses restinhos de dias que faltam. Mas já fiz um compromisso comigo mesma. Não posso deixar mais um ano passar”, afirma. 

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