Covid-19: Norte de Minas tem 160 mil sem 2ª dose e estoque de vacina

Regional de Saúde pede aos municípios que reforcem busca ativa aos “fujões”

Márcia Vieira
O NORTE
19/11/2021 às 00:30.
Atualizado em 05/12/2021 às 06:17
 (MYKE SENA/MS)

(MYKE SENA/MS)

A queda nos números de casos e mortes por Covid-19 tem levado muitos norte-mineiros a deixarem de procurar os postos de vacinação para receberem a segunda dose contra a doença. Levantamento da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros revela que cerca de 160 mil pessoas estão com o complemento da imunização em atraso na região.

Por causa da baixa procura, há 18 mil doses de vacinas estocadas na SRS, de um total de 48 mil disponibilizadas no dia 12 de novembro. O volume está parado porque 25 municípios, dos 54 que compõem a regional, não buscaram as remessas porque ainda possuem doses sobrando.

Para evitar que a região deixe de receber mais imunizantes, prejudicando o complemento da vacinação e a aplicação das doses de reforço, a Superintendência Regional de Saúde tem orientado os municípios a acelerarem a vacinação contra a Covid-19.

“Constatamos uma média de 160 mil pessoas na região Norte com vacina em atraso. Estamos trabalhando junto aos municípios para que eles organizem uma estratégia de busca ativa, utilizando principalmente a atenção primária, que tem o cadastro dessas pessoas e todo seu histórico vacinal”, afirma a coordenadora de Vigilância em Saúde da SRS, Agna Menezes.

Ela diz que os municípios estão com dificuldade de dar vazão às vacinas que estão recebendo. “Há pouco tempo tínhamos grande demanda de pedidos para a entrega de vacinas. Atualmente, temos imunizantes disponíveis”, lamenta Agna.

Ela ressalta que é imprescindível que os norte-mineiros complementem o ciclo vacinal para que a imunização seja completa. “Só está imunizada contra a Covid-19 a pessoa que tomou as duas doses de uma das vacinas”, frisa a coordenadora.
 
RISCO DE PERDA
Há ainda o risco de a região perder doses já disponíveis. A vacina da Pfizer, por exemplo, tem um período de validade de 30 dias a partir do momento do descongelamento. Segundo Agna, a regional tem feito o monitoramento constante do estoque dos municípios para evitar perdas.

“Estamos nesse momento com duas remessas da vacinas da Pfizer em Belo Horizonte e não buscamos ainda porque os nossos municípios não estão dando conta de utilizar as vacinas que estão recebendo. A partir do momento que a gente traz de Belo Horizonte, ela é descongelada e começa a contar o tempo para utilização”, explica a coordenadora.

A orientação, segundo Agna Menezes, é para que os municípios implementem as estratégias tanto para completar o esquema vacinal com a segunda dose como acelerar a vacinação daqueles profissionais de saúde, pessoas acima de 60 anos, indígenas e toda a população que está no momento de receber a dose de reforço.

Agna lembra que o Estado publicou a autorização para redução do prazo de seis para cinco meses da aplicação da dose de reforço. Além disso, o Ministério da Saúde determinou a aplicação de uma segunda dose da Janssen e a aplicação da terceira dose em todos os maiores de 18 anos.
 
ASTRAZENECA
A SRS acredita que grande parte desse atraso na aplicação da segunda dose se deva também à demora na entrega do imunizante da AstraZeneca.

“Desde o início da semana a Secretaria de Estado da Saúde está fazendo um levantamento da necessidade dos municípios e quantas doses de AstraZeneca estão precisando para concluir o esquema vacinal destas pessoas. A nova remessa chega a Montes Claros nesta sexta-feira”, afirma Agna.

Cidades criam pontos específicos para imunização e agentes fazem busca ativa
Em Coração de Jesus, a busca ativa por moradores que estão com a segunda dose atrasada já está acontecendo por meio dos agentes de saúde que fazem visitas casa a casa. Para esta sexta-feira está programada uma ação na praça central da cidade voltada para a vacinação. “Desenvolvemos todas essas ações no município para termos um maior percentual de vacinados, especialmente com relação à segunda dose. O Estado tem sido bem organizado na distribuição e não está faltando vacina. Observamos uma dificuldade de adesão à dose de reforço, por isso trabalhamos também com a informação para conscientizar a população da importância da imunização e conhecimento sobre o que é essa dose de reforço”, explica Guilherme Leal, secretário de Saúde de Coração de Jesus.

Em Francisco Sá, a prefeitura abriu um ponto central exclusivo para vacinação contra a Covid e investe na comunicação para atrair os fujões. O objetivo, de acordo com a assessoria do município, é otimizar a vacinação sem comprometer as demais imunizações nas unidades de saúde. A redução do intervalo de seis para cinco meses já foi colocada em prática no município.

A Secretaria Municipal de Saúde de Montes Claros e a Assessoria de Comunicação da Prefeitura foram procuradas pela reportagem, mas não se pronunciaram sobre a vacinação até o fechamento da edição.


 

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