Cem anos de proteção

Vacina BCG, contra tuberculose, completa um século e mira Covid também

Da Redação*
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06/07/2021 às 09:58.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:20
 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

(Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Doença grave que compromete os pulmões e pode matar, a tuberculose também pode ser evitada com uma simples injeção. A aplicação da primeira vacina contra a enfermidade, a BCG, completa um século em julho. Além de ser um dos imunizantes com a melhor cobertura em todo o país, a dose atualmente é testada no combate à Covid-19.

Uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com o objetivo de reduzir o impacto do coronavírus no doente, está em andamento. Trabalhadores da saúde participam da iniciativa, que já apresentou resultados positivos em testes para redução de infecções respiratórias. 

Cerca de 3 mil voluntários – enfermeiros, técnicos, médicos, fisioterapeutas, recepcionistas e porteiros, maiores de 18 anos – participam. Todos serão acompanhados por até um ano. Eles não podem ter sido infectados pela Covid-19 nem devem estar participando de outro ensaio clínico. Detalhes sobre o estudo ainda serão divulgados.

A vacina contra a tuberculose foi descoberta na França, após cientistas atenuarem uma bactéria, batizada de Bacilo de Calmette e Guérin (daí, a sigla BCG). 

“Foi uma grande vitória contra essa doença, que matava tanta gente no mundo inteiro e até hoje tem os mais vulneráveis como suas principais vítimas”, afirma a médica Dilene Nascimento, pesquisadora da Fiocruz.
 
TRANSMISSÃO
A doença é transmitida por inalação de gotículas contaminadas e eliminadas pela respiração, tosse ou espirro. A imunização está disponível na rotina dos serviços de saúde para crianças de até 5 anos.

É aplicada anualmente em cerca de 120 milhões de recém-nascidos mundo afora. Ensaios clínicos realizados em diversos países apontam a ação da vacina BCG em outras infecções, além da tuberculose. 

De acordo com a Fiocruz, um ensaio clínico da Activate, na Grécia, de revacinação com BCG em idosos, demonstrou uma redução de 79% de infecções respiratórias após 12 meses de acompanhamento.

Na Guiné-Bissau, um estudo apontou que a dose reduziu em 38% as mortes em recém-nascidos. Na África do Sul, trabalhos também demonstraram resultados satisfatórios, queda de 73% nas infecções no nariz, garganta e pulmões.
* Com Agência Brasil 

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