Cartilha orienta sobre vacinação durante isolamento

Da Redação*
Hoje em Dia - Belo Horizonte
09/06/2020 às 10:03.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:43
 (marcello casal jr./Agência Brasil)

(marcello casal jr./Agência Brasil)

O Brasil é o único país do mundo a oferecer vacinação gratuita. Mas, apesar disso e em função da pandemia do novo coronavírus, está ocorrendo no país baixa procura por vacinas. O alerta foi dado pela pediatra Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

Aproveitando o Dia Nacional da Imunização, celebrado hoje, a SBIm, em parceria com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), vai lançar uma cartilha sobre a vacinação na pandemia, durante webinário (conferência on-line) voltado a profissionais da área de saúde. 

A cartilha digital “Pandemia Covid-19: o que muda na rotina das imunizações” vai mostrar à população como ir a uma unidade de saúde com segurança e como os serviços de vacinação públicos e privados devem atender a população com os cuidados necessários e respeito ao distanciamento social.

Isabella Ballalai destaca a importância de manter a carteira de vacinação atualizada para prevenção de doenças.

“Essa é uma das grandes preocupações da Organização Mundial da Saúde (OMS), do Unicef, da SBP e da SBIm. A gente vem trabalhando muito nisso, porque já vimos acontecer em várias situações de surto, no mundo”. Isabella destacou que no surto do vírus ebola, na África Ocidental, que surgiu em dezembro de 2013, morreu mais gente naqueles países de malária, tuberculose, difteria do que do próprio ebola.

A vice-presidente da SBIm reconheceu que a Covid-19 é, sem dúvida, um problema grave que merece a atenção de todos. “Mas a gente não pode tirar a atenção de outras patologias que não deixaram de circular, outras doenças infecciosas que colocam em risco a nossa população, não só de crianças, mas também de adolescentes e adultos”, advertiu.

Segundo o Unicef, 117 milhões de crianças ficarão sem vacina de sarampo por causa do cenário de pandemia e de questões de estrutura. No Brasil, a médica afirmou que se percebe uma “queda dramática” da busca pela vacinação. Admitiu que é difícil para a população quebrar a regra do isolamento social. “É importante entender que ficar em casa deve ser, sim, a nossa conduta, mas para algumas situações essenciais é preciso sair de casa”.

‘Vacinação em dia, mesmo na pandemia’
Após o lançamento da cartilha, a SBIm vai fazer uma campanha de comunicação nas mídias sociais intitulada “Vacinação em dia, mesmo na pandemia”, cujo objetivo é conscientizar especialistas e o público em geral sobre a importância de não deixar de se vacinar nesse período.

As normas que serão dadas na cartilha e na campanha abrangem não só os cidadãos e o pessoal da área de saúde, como médicos e enfermeiros, mas todos os profissionais que trabalham nos postos e unidades de vacinação, desde a portaria, até o pessoal de segurança e limpeza. “A gente precisa mobilizar tanto o profissional de saúde quanto a população, porque já perdemos muito”, disse a pediatra Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

Isabella informou que existem 36 mil salas de vacinação no Brasil. “Dá para ir a pé, usar máscara, carregar o seu álcool em gel, com os cuidados de não encostar nas superfícies sem motivo”, recomendou.

Coordenadora científica da cartilha, Isabella informou que as coberturas antes da Covid-19 para poliomielite, por exemplo, estavam em torno de 80% quando o ideal é 95%. 

“O Brasil não está livre do retorno da poliomielite”, assegurou a pediatra. Citou também que 19 estados brasileiros já estão com circulação de sarampo, doença potencialmente grave, que pode levar à internação e à morte, da mesma forma que a febre amarela, que estava circulando na Região Sul e que apresenta letalidade muito maior que a Covid-19, mas com número bem menor de casos.

A poliomielite foi erradicada do país em 1974, mas dois países têm pólio endêmica: o Afeganistão e o Paquistão. A situação ali é difícil e piorou muito com a Covid-19 porque as equipes destinadas ao combate à poliomielite foram reduzidas para ampliar o tratamento do novo coronavírus. 

Isabella Ballalai advertiu que, com o fim do isolamento social, viagens voltarão a ser feitas pelo mundo e, em algum momento, a pólio pode entrar de novo no Brasil, do mesmo modo que outras infecções.

*Com Agência Brasil

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