Bem além da vaidade

Implante de silicone exige atenção da paciente, mesmo depois da cirurgia

Da Redação
13/08/2019 às 07:24.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:58
 (DIVULGAÇÃO)

(DIVULGAÇÃO)

Cirurgia estética mais realizada no mundo, o implante de silicone nos seios exige cuidados além do pós-operatório imediato. Fazer acompanhamento com um profissional especializado é fundamental para toda mulher que passa pelo procedimento e pode evitar surpresas desagradáveis no futuro.

As recomendações voltaram a ganhar força em meio ao recente anúncio de recall, em todo o mundo, de próteses da empresa Allergan. O motivo foi a descoberta de que o contato do corpo com o produto está associado a um linfoma, câncer raro que matou 33 pessoas, conforme a Food and Drugs Administration (FDA), que regula o setor de saúde nos Estados Unidos.

Encerrada a cicatrização, muitas mulheres deixam de ir ao médico para fazer check-up das mamas, especialmente quando não há alteração. Mastologista e professor da Faculdade de Medicina da UFMG, Clécio Lucena reforça que o acompanhamento deve ser feito com exames como ultrassom, ressonância magnética e mamografia a cada um ou dois anos.

“Nem sempre os problemas surgem de imediato. Às vezes, as pessoas começam a notar um crescimento anormal da mama, caroços ou acúmulo de líquido, e isso precisa ser investigado”, explica o docente.

O cuidado é necessário porque vai muito além de questões estéticas, como o inevitável “como os meus seios vão ficar?”. Presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia – Regional Minas Gerais, Waldeir Almeida Júnior afirma que a paciente deve estar ciente de todas as eventuais complicações decorrentes da operação. 
 
ALERTA
Dentre os riscos está a ruptura da prótese dentro do seio, segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (Isaps). Se o implante for do tipo salino, pouco procurado no Brasil, a mulher logo percebe que há algo de errado, pois o peito esvazia rapidamente. 

A situação, no entanto, é grave quando se trata do silicone, uma vez que a substância pode prejudicar o organismo. 

Nas cirurgias com esse material, a Isaps alerta sobre a necessidade de se fazer uma ressonância magnética a cada três anos. O exame é capaz de detectar algum dano na prótese. 

As orientações foram recebidas pela estudante de Nutrição Melissa Gomes Barros, de 20 anos, que aumentou as mamas há um mês. “O cirurgião plástico me explicou direitinho e fazemos acompanhamento semanal”. 
 
SEM PÂNICO
O mastologista Waldeir, no entanto, diz não haver necessidade de pânico. “(O implante) é bastante seguro e o prognóstico, bom. O recall pede que as pacientes tenham mais cuidado e atenção com as próteses. Milhões de mulheres têm implantes mamários e foram descritos, até agora, 573 casos do tumor. As pessoas precisam ser informadas, mas também tranquilizadas”, frisa o médico. 
 
MAIS INDICAÇÕES
A prótese de silicone também é usada em mulheres que precisam tirar parte dos seios por conta de câncer, frisa o presidente do Conselho de Administração do grupo Oncoclínicas, Bruno Ferrari. “Elas já saem com a mama reconstruída, após a cirurgia”, destaca.

Mas o oncologista alerta que o produto deve estar corretamente posicionado abaixo do músculo peitoral, para não dificultar o diagnóstico de problemas ou futuros tumores.

Compartilhar
Logotipo O NorteLogotipo O Norte
E-MAIL:jornalismo@onorte.net
ENDEREÇO:Rua Justino CâmaraCentro - Montes Claros - MGCEP: 39400-010
O Norte© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por