Anvisa aprova novo tratamento para HIV

Medicamento aprovado reúne dois antirretrovirais em uma dose

Da Redação*
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03/12/2021 às 00:47.
Atualizado em 08/12/2021 às 01:12
 (marcelo camargo/agência brasil/arquivo)

(marcelo camargo/agência brasil/arquivo)

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou um novo medicamento para o tratamento do HIV. Trata-se da combinação de duas substâncias – a lamivudina e o dolutegravir sódico – em um único comprimido.

Para a agência, a aprovação representa um avanço no tratamento, já que reúne em uma dose diária dois antirretrovirais. “A possibilidade de doses únicas simplifica o tratamento e a adesão de pacientes”, informou a agência por meio de nota.

De acordo com a bula aprovada pela Anvisa, o novo medicamento reduz a quantidade de HIV no organismo, mantendo-a em um nível considerado baixo.

Além disso, o remédio promove o aumento da contagem de células CD4, que exercem papel importante na manutenção de um sistema imune saudável, ajudando a combater infecções.
 
INDICAÇÃO
O novo medicamento será indicado como um regime complemento para o tratamento da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana tipo 1 (HIV-1) em adultos e adolescentes acima de 12 anos pesando pelo menos 40 quilos, sem histórico de tratamento antirretroviral prévio ou em substituição ao regime antirretroviral atual em pessoas com supressão virológica.

O registro foi concedido ao laboratório GlaxoSmithKline Brasil Ltda. que, segundo a Anvisa, apresentou estudos de eficácia e segurança com dados que sustentam as indicações autorizadas.
 
CENÁRIO 
A chegada de novos medicamentos que facilitam o tratamento contra o HIV é fundamental em um país com 694 mil pessoas em terapia antirretroviral. Só neste ano, segundo o Ministério da Saúde, 45 mil pessoas iniciaram o tratamento no Brasil.

De acordo com a pasta, os números representam cobertura de 81% das pessoas diagnosticadas com HIV no país. Do total de pacientes em tratamento, 95% já não transmitem o vírus por via sexual por terem atingido carga viral suprimida.

Os números foram divulgados pelo Ministério da Saúde nesta quarta-feira (1º), quando foi celebrado o Dia Mundial de Luta contra a Aids. Durante todo esse mês – Dezembro Vermelho – serão realizadas ações de conscientiza-ção para a proteção contra o vírus e combate ao preconceito.

RETRAÇÃO
Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, divulgados pelo Boletim Epidemiológico de HIV/Aids de 2021, mostram que, no ano passado, foram notificados 29.917 casos de Aids no Brasil contra 37.731 em 2019 – uma queda de 20,7%.

“Segundo especialistas, ainda que se observe um arrefecimento, a situação ainda preocupa, visto que os registros de óbitos pela doença continuam”, alerta o ministério.

Em 2020, foram 10.417 mortes por Aids no país contra 10.687 no ano anterior – uma queda de apenas 2,52%.

CAMPANHA
O Ministério da Saúde lançou, também na quarta-feira, a campanha “Prevenir é Sempre a Melhor Escolha”. A proposta é conscientizar sobre a importância da prevenção do HIV e atuar fortemente no diagnóstico e no tratamento, sobretudo entre os mais jovens.

Em toda a série histórica, o Brasil registrou 381.793 casos notificados do vírus. Desses, 69,8% foram em pessoas do sexo masculino e 30,2% do sexo feminino. Mais de 50% dos casos atingem homens e mulheres de 20 a 34 anos.

Além disso, foram notificados 7,8 mil casos de HIV em gestantes, o que representa uma taxa de detecção de 2,7 casos para cada mil nascidos vivos, com aumento de 30,3% na taxa de detecção em dez anos. Ao todo, o país registrou 32.701 casos de HIV no ano passado contra 43.312 em 2019 – uma redução de 10.611 casos.

A doença e as formas de contaminação
A Aids é causada pela infecção pelo HIV, que ataca o sistema imunológico, responsável pela defesa do organismo. O vírus é capaz de alterar o DNA de uma das células do corpo humano e fazer cópias de si mesmo. Ao se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção. “Vale lembrar que a pessoa que vive com o HIV pode não desenvolver a Aids, caso realize o tratamento adequado”, reforça o Ministério da Saúde.

A transmissão ocorre por meio do sexo vaginal, anal ou oral sem camisinha; pelo uso de seringa por mais de uma pessoa; por transfusão de sangue contaminado e pelo uso de instrumentos não esterilizados que furam ou cortam. É possível transmitir o vírus também durante a gravidez, no momento do parto e na amamentação.

“É importante quebrar mitos e tabus, esclarecendo que as pessoas que vivem com HIV não transmitem a doença das seguintes formas: masturbação a dois; beijo no rosto ou na boca; suor e lágrima; picada de inseto; aperto de mão ou abraço; sabonete, toalha, lençóis; talheres e copos; assento de ônibus; piscina; banheiro; doação de sangue; pelo ar”, destacou a pasta.

*Com Agência Brasil

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