O continente americano se transformou na primeira região do mundo a eliminar a transmissão endêmica do sarampo após 22 anos de luta contra a doença, segundo anunciou nesta terça-feira a Organização Pan-Americana da Saúde (OPS).
A declaração da eliminação do sarampo foi entregue no Conselho Diretório da OPS, diante dos ministros de Saúde da região.
Esta é a quinta doença prevenível que foi eliminada na América. Além disso, o continente foi a primeira região do mundo em eliminar a varíola (1971), pólio (1994), rubéola e síndrome da rubéola congênita (2015).
O sarampo, uma doença viral muito contagiosa que afeta sobretudo crianças, continua sendo uma das principais causas de morte em jovens no mundo, apesar de existir uma vacina segura e eficaz para preveni-la.
A estratégia da OPS para eliminar o sarampo se baseou em três passos: o primeiro, fazer uma campanha nacional para pedir que as pessoas coloquem a vacinação em dia dirigida a crianças de entre 1 e 14 anos.
O segundo, fortalecer a vacinação de rotina para atingir um mínimo de 95% das crianças a cada ano e, em terceiro lugar, fazer campanhas maciças de acompanhamento a cada quatro anos a fim de vacinar ínimo de 95% das crianças de 1 a 4 anos com uma segunda dose de vacina.
Entre 1970 e 1979, os países da América Latina reportavam cerca de 220 mil casos de sarampo a cada ano.
Em 35 anos, houve uma redução de casos de 95%, de 4,5 milhões registrados em 1980 a aproximadamente 244.700 casos em 2015.
O último surto endêmico ocorreu na Venezuela em 2002, embora alguns países da região seguiram notificando casos importados.
Entre 2003 e 2014, o número total de casos de sarampo importados ou relacionados com uma importação alcançou 5.077 na região.