Tipos e propriedades do mel transformam produto em curinga no dia a dia; conheça variedades

Patrícia Santos Dumont
Hoje em Dia - Belo Horizonte
04/02/2021 às 00:48.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:05
 (Pexels/Divulgação)

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Empregado na culinária, como medicamento natural e até como cosmético, o mel é sabidamente um dos produtos naturais mais antigos e consumidos no mundo, desde a Pré-História. Mas, embora amplamente conhecido, ainda gera dúvidas quanto a autenticidade e pureza e até quanto à existência de variedades. Se todos os méis são produzidos por abelhas, é possível ter mais de um tipo?

A começar por esta dúvida, a resposta é sim. Coordenador técnico da Emater-MG em Montes Claros, um dos municípios que mais contribuem com a produção do Estado, Luiz Fernando Mendes explica que as diferenças – sabor, aroma e cor – são provenientes do tipo de floração, ou seja, da flor em que o inseto coleta o néctar, ou da espécie da abelha. No Brasil, as europeias, ou Apis melífera, são as mais comuns.

No Norte de Minas, por exemplo, é encontrado o mel de aroeira. Elaborado por abelhas que retiram os recursos de um tipo de árvore da região, a aroeira, o produto tem características medicinais cientificamente comprovadas, sendo usado como bactericida, no combate a doenças de pele e até infecções gastrointestinais e urinárias.

Luiz Fernando explica que é comum haver uma desconfiança do consumidor ao adquirir um mel. E recomenda ficar atento à procedência e às informações do rótulo, já que a olho nu é impossível atestar 100% da qualidade.

“Saber a origem do produto, de quem está comprando, é fundamental. Além disso, deve-se observar os registros da vigilância sanitária, do órgão estadual e do Ministério da Agricultura, que autorizam a venda municipal, estadual ou federal, respectivamente”, ensina.

Ter atenção à manipulação do produto em casa também é essencial para garantir um uso seguro, seja ele qual for. Hábito comum entre muita gente, ferver o mel, por exemplo, para torná-lo líquido novamente após uma cristalização, é errado. 

Temperaturas superiores a 45°C devem ser evitadas não só nesta hora, como também no processo de produção, enfatiza o coordenador-técnico da Emater-MG (saiba mais no infográfico).
 
NA CULINÁRIA
A exemplo das variedades encontradas mundo afora, os usos possíveis na cozinha também são múltiplos. Professora de culinária em Belo Horizonte, Sabrina Gomide, por exemplo, é “alucinada” com o produto. “Coloco até na finalização do macarrão à bolonhesa! Um fio sobre o molho de carne confere outro sabor ao prato”, diz.

“É um produto maravilhoso e com sabores e doçuras distintos. Cada florada gera um sabor, uma cor e uma textura ao mel. Vale muito a pena experimentar as opções que existem no mercado”, orienta, ensinando a empregá-lo para proporcionar delicadeza ou potência de sabor ao prato preparado. 

“Para marinar uma carne de porco ele é superbem-vindo, pois agrega um leve sabor adocicado às especiarias – louro, tomilho, alho, cebola e uma pitada de canela. O mel e o suco de laranja já cuidarão da cor dourada que ficará na carne”, detalha a chef de cozinha.

A sugestão dela é optar por pronunciar ou conferir mais sutileza aos preparos. Méis silvestres, por exemplo, mais escuros e de sabor mais forte, combinam perfeitamente com pratos salgados como carnes e queijos azuis.

Os da florada cipó-uva, por sua vez, mais clarinhos e suaves, harmonizam com queijos leves, pães de fermentação natural e frutas (leia mais sobre variedades no infográfico). 

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