Sífilis preocupa na região

HU registra avanço da doença, que pode ser evitada com uso de preservativo

Márcia Vieira
06/12/2019 às 06:41.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:56

No mês que marca a conscientização e o combate ao HIV, os profissionais da saúde alertam para outra enfermidade na categoria Infecção Sexualmente Transmissível (IST) que tem avançado no Brasil: a sífilis.

De acordo com dados informados pelo Hospital Universitário Clemente de Faria, referência no tratamento da doença na região, os números são assustadores. Até outubro, os dados apresentam o crescimento de 19,32% no número de pacientes e notificações neste ano, se comparado com o ano anterior. Entre janeiro e outubro de 2018, foram 88 notificações. No mesmo período deste ano, 105. 

Helena (nome fictício) é casada e ficou por cerca de seis meses separada do marido. Ao reatar a relação, fez exames de rotina e descobriu que fora infectada. 

“No período da separação, não tive relações sexuais com outra pessoa, então, concluímos que adquiri dele a infecção. Estamos fazendo o tratamento juntos e neste período só temos relações com o uso de preservativo”, revela a personagem, que iniciou o tratamento na Policlínica Municipal. Ambos já tomaram quatro ampolas de penicilina e vão tomar mais duas na semana seguinte. No início do próximo ano, o casal retorna para refazer os exames. 

O diretor Clínico do Hospital das Clínicas Mário Ribeiro, ginecologista Silvan Oliveira, destaca que a sífilis nunca deixou de existir, ao contrário do sarampo, que chegou a ser erradicado no país e voltou a acometer a população.

“Infelizmente, a sífilis sempre teve destaque importante, especialmente, entre famílias de baixa renda e pessoas que têm muitos parceiros sexuais. Nunca desapareceu. O que ocorre é que é mal diagnosticada. Agora, temos praticamente um surto, mas, como cobramos no pré-natal que as gestantes façam o VDRL, temos um diagnóstico maior. Tem aumentado pela questão social e por as pessoas acharem que não tem problema ter relação sexual desprotegida”, alerta.

O médico aponta para uma chance de 100% de cura. “Após o diagnóstico, a doença é curável, o tratamento é relativamente fácil e barato, tem um preço acessível e é encontrado nos postos de saúde. A mensagem que a gente quer deixar é que se faça sexo seguro”, diz Silvan, que aponta os casos congênitos (transmitidos de mãe para filho na gestação, pela corrente sanguínea) como predominantes. 

A Secretaria de Estado da Saúde revela que promove capacitações “in-loco” nas 28 regionais de Saúde. São divulgadas nas redes sociais da secretaria, site e blog, informações sobre a doença, formas de prevenção, transmissão e tratamentos disponíveis.

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