(Andrea Rêgo Barros/PCR)
Após anunciar, no início do mês, que não está pronto para fazer uma testagem de Covid-19 em massa na população, o governo de Minas informou ontem que adquiriu mais insumos para a realização dos exames, o que deverá aumentar a quantidade de testes feitos “em breve”.
De acordo com o secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, o mercado de medicamentos, que passou por cenário de grande desabastecimento e, consequentemente, de limitação de itens para testagem, está em modificação, o que deverá ampliar a disponibilidade de kits de testes.
Para um teste ser realizado, é necessário que o conjunto de insumos que o compõe esteja completo, com swabs (equivalentes a cotonetes), reagentes, tubos de produção e placas. Recentemente, o governo informou que o estoque estava com variações, com itens em falta e outros em boa reserva.
“A Secretaria de Estado de Saúde (SES) está fazendo um processo de compra, o próprio Ministério da Saúde está fazendo. Então, em breve, nós teremos condição de ampliar a testagem”, declarou Amaral, que não deu detalhes ou prazos.
Segundo o gestor, o planejamento do Estado foi pensado para aumentar a testagem da população quando a epidemia chegasse em uma tendência de prolongamento. Atualmente, Minas vive um platô de casos, ou seja, uma trajetória em que o número de casos se mantém elevado por um tempo determinado.
“Nós identificamos que não será, simplesmente, uma queda da epidemia e, pronto, passou. Nós teremos uma maratona, nós conviveremos com o vírus um tempo longo e isso precisa que nós tenhamos toda a capacidade do Estado mantida por um logo período, o que inclui a testagem”, afirmou.
REDE DO ESTADO
Amaral explicou que a ampliação será operacionalizada pela utilização da rede laboratorial do Estado, que tem capacidade instalada para realizar 5 mil testes por dia. A reportagem procurou a SES para obter os dados da média diária de exames realizados no Estado e aguarda um retorno.
NOVO PLANO
O governo de Minas informou ainda nesta quinta-feira que está avaliando os erros e acertos do Minas Consciente, programa de flexibilização controlada da atividade econômica do Estado, e que pretende anunciar um novo plano na próxima quarta-feira (29).
Uma das estratégias de análise do projeto foi a abertura de consulta pública, que se encerrou nessa quarta. “Ela vai nos permitir trazer uma nova versão (do Minas Consciente), que nós entendemos que será mais qualificada e mais duradoura, uma vez que a pandemia deve estar entre nós por um bom tempo”, declarou o secretário.
O secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio, declarou que a consulta resultou em “centenas e centenas” de mensagens, vindas de cidadãos, entidades e empresários. O material será avaliado nos próximos dias.
Entre as sugestões recebidas, Passalio citou a alteração na forma de separar os municípios mineiros – atualmente agrupados em 14 macrorregiões de saúde. O gestor não deu detalhes, mas informou que a viabilidade da proposta será tratada junto à SES.
“Vamos fazer a análise e vamos comunicar, no próximo dia 29, o novo plano Minas Consciente. Novo, porém, sem perder sua essência, sem perder todos os critérios e toda a sua dinâmica que se comprovou ter sucesso no combate à pandemia”, afirmou o gestor. Até agora, 254 municípios mineiros aderiram ao plano.