Covid-19 já matou mais mineiras que o câncer de mama em 2020

Especialistas orientam mulheres a não descuidarem da saúde, mantendo rotina de exames em casa e em clínicas para diagnóstico de tumores

Renata Galdino
Hoje em Dia - Belo Horizonte
18/08/2020 às 06:57.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:18
 (Arte HD)

(Arte HD)

Só em quatro meses, a Covid-19 já matou mais mineiras que o câncer de mama, desde o início do ano. Até 31 de julho, 903 mulheres não resistiram a esse tipo de tumor, o campeão de mortes no país. Em bem menos tempo, o coronavírus fez 1.169 vítimas do sexo feminino no Estado. O primeiro óbito registrado foi em 29 de março.

Em meio aos números, repassados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), médicos reforçam o alerta para cuidar da saúde e blindar o organismo contra ambas as doenças, mantendo a proteção contra o vírus e a prevenção ao câncer.

A preocupação é ainda maior porque a pandemia de Covid-19 reflete diretamente no combate ao câncer de mama. Apenas em Belo Horizonte, a Sociedade Brasileira de Mastologia - Regional Minas Gerais (SBMMG) afirma que a realização de exames como mamografia caiu 80% em março e abril. 

PREVENÇÃO
Referência em oncologia no Norte de Minas, a médica Pricila Miranda destaca a importância do diagnóstico precoce de tumores.

“Mesmo com a pandemia devemos continuar com a rotina de exames, principalmente aqueles que diagnosticam possíveis cânceres”, diz. 

A chance de cura aumenta muito com a descoberta de um tumor em fase inicial. “Talvez a mulher adie para ano que vem o exame, mas pode ser que nesses tempo ela tenha desenvolvido a doença e algo que seria mais fácil de ser tratado pode ficar mais doloroso. Além da mamografia, a mulher pode fazer em casa mesmo o autoexame e, se perceber algo estranho, procurar imediatamente um médico”, diz Pricila. 

A presidente da SBMMG, Annamaria Massahud, diz que o medo de contágio pelo coronavírus impediu muitos pacientes de procurarem o médico e, possivelmente, fazer um diagnóstico precoce. 

Ela reforça que atendimentos a mulheres que descobriram nódulos durante o autoexame não foram suspensos. “Em junho e julho houve a retomada do rastreamento, mas não está como antes. Ficamos praticamente a metade do ano sem fazer exame que detecta lesões que não são palpáveis”.

Segundo os especialistas, a sobrevida nos casos descobertos precocemente chega a 98%. Mulheres que notam algum nódulo no seio ou estão com mamilo diferente, por exemplo, devem procurar ajuda o quanto antes.

(Colaborou Christine Antonini)

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