Botox além da estética

Toxina é capaz de adormecer os sintomas de doenças como a enxaqueca

Flávia Ivo
Hoje em Dia - Belo Horizonte
18/09/2018 às 06:42.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:30
 (LUCAS PRATES)

(LUCAS PRATES)

Com mais de 5 mil usos diferentes na medicina, os fins estéticos da toxina botulínica são os mais famosos. No entanto, os benefícios da substância podem ser sentidos por pacientes que sofrem com enxaqueca, bruxismo, hiperidrose, entre outros problemas. Os tratamentos, feitos em consultório e com anestesia local, são praticamente isentos de efeitos colaterais. Porém, o resultado é por tempo limitado.

Para a sudorese exagerada em partes específicas do corpo – conhecida por hiperidrose –, por exemplo, a intervenção dura até oito meses. “A toxina é aplicada nos pontos de suor excessivo para bloquear a produção e tem bons resultados”, destaca Pedro Nery Bersan, cirurgião plástico do Hospital Madre Teresa, em Belo Horizonte.

O tempo de duração do benefício é parecido com o do tratamento da enxaqueca. Neste caso, o Botox (um dos nomes comerciais da substância) é injetado não apenas na testa, onde a dor de cabeça geralmente está localizada, mas em outros pontos, como na base da cabeça, na região temporal e no pescoço.

“Para este fim, a toxina é introduzida em 31 locais diferentes da cabeça, incluindo o pescoço. A quantidade de material é quatro vezes maior do que as chamadas ‘unidades’ usadas na face superior para fins estéticos”, explica a dermatologista estética Eveline Bartels, que alerta para a importância da execução correta.

“O paciente pode, muitas vezes, achar que a abordagem com o botox não deu certo porque o médico não colocou a substância nos locais corretos. Existem profissionais especializados nesses tratamentos”, diz.
 
TEMPO CERTO
A popularidade da toxina botulínica para a redução de linhas de expressão e outras finalidades estéticas já disseminou entre os usuários da técnica o tempo certo de reaplicação. Porém, aqueles que irão aderir a um tratamento de saúde com a substância devem estar atentos aos intervalos.

Jamais pode haver uma reposição em período inferior a três meses, afirma o dermatologista Paulo Roberto Antônio Júnior. “Como mecanismo de defesa, o próprio organismo cria anticorpos para combater a toxina botulínica. O uso contínuo, sem respeito ao intervalo, poderá ‘vacinar’ o paciente. Começará a diminuir a durabilidade de efeitos até um processo em que nunca mais a substância dará resultado”, descreve.

Então, para fazer os usos estético e de saúde do botox de forma concomitante, Eveline Bartels recomenda cautela. “Acho interessante, se for o caso, a aplicação para as duas finalidades no mesmo momento”, expõe.

As contraindicações para a aplicação da toxina botulínica são ter histórico de alergia à clara de ovo, artrite reumatoide ativa, lúpus e doenças autoimunes. As injeções também são proibidas em gestantes.

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