Alerta contra o AVC: derrame é a segunda doença que mais mata no mundo

Christine Antonini
O NORTE
30/10/2020 às 10:17.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:55
 (Arquivo pessoal)

(Arquivo pessoal)

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a segunda doença que mais mata no mundo. No Brasil, uma a cada quatro pessoas desenvolve a doença. No ano passado, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) registrou 10.111 mortes em Minas por causa da enfermidade. Apesar da gravidade, o AVC pode ser evitado com a adoção de um estilo de vida mais saudável e mudanças de hábitos.

Para alertar as pessoas sobre o perigo do AVC e como se proteger, o 29 de outubro foi instituído, pela Organização Mundial de Saúde (OMS), como o Dia Mundial do Combate ao AVC. A data busca conscientizar sobre a necessidade de uma vida saudável para evitar o problema, que pode deixar sequelas permanentes.

Outro ponto de preocupação para este ano é que, com a pandemia, muitas pessoas têm deixando de fazer consultas e exames de rotina, que poderiam diagnosticar fatores de risco. Segundo a Organização Mundial de Derrames, observou-se que os atendimentos a casos de AVC diminuíram em 60% durante os primeiros meses da pandemia. Um dos possíveis motivos é o medo da contaminação com o vírus, o que levou à redução de consultas de rotina. Alguns pacientes deixaram de buscar atendimento mesmo apresentando sintomas graves de AVC.

O AVC é mais comum em pessoas acima de 60 anos, mas tem sido cada vez mais observado em adultos com média de idade de 45 anos.

“O AVC, também conhecido como derrame, é uma interrupção abrupta (repentina) do fluxo sanguíneo cerebral. Ele pode ser de dois tipos: o vascular encefálico isquêmico e o hemorrágico. O primeiro trata-se da interrupção do fluxo por algum coágulo que se aloja na artéria cerebral. Já o segundo é quando há rompimento da artéria”, explica Dayson Henrick Salvino Pereira, médico cardiologista do Hospital das Clínicas Dr. Mário Ribeiro da Silveira. 
 
SINTOMAS
Um dos primeiros sintomas da doença é a fraqueza súbita em um lado do corpo, dificuldade para falar e, em muitos casos, a perda de visão. As consequências da doença podem ser diversas. As mais comuns são dificuldades para andar, falar e compreender, bem como paralisia ou dormência da face, do braço ou da perna. 

“Podemos diagnosticar uma possível probabilidade de a pessoa ter um derrame através de três formas simples: peça para sorrir, se a boca puxar mais para um lado, pode ser indício. Outra forma é colocar os braços para frente e tentar segurá-los. Se algum desses braços cair, isso quer dizer que ela está perdendo força. A última é falar uma frase simples, como ‘um menino brincou com a bola’. Se a frase for dita meio embolada, também pode ser um fator”, pontua o cardiologista. 
 
FATORES DE RISCO
Segundo Dayson Henrick, há duas possíveis causas para ocorrer um derrame: modificáveis e não modificáveis. A primeira é aquela em que médico e paciente podem interferir com medicamentos, como pressão alta, diabetes, obesidade, sedentarismo e tabagismo. As não modificáveis são genética e idade avançada. Com o passar do tempo, as artérias vão crescendo e se tornam mais propícias em acumular um tipo de gordura na parede. 
 
SUPERAÇÃO
A atleta Érika Porfírio tinha 26 anos quando sofreu o acidente vascular cerebral. Ela conta que não havia predisposição para ter a doença e que sempre cuidou bem da saúde, com uma alimentação saudável e exercícios físicos, pois é personal trainer.

“O AVC veio de repente. Eu estava na academia malhando quando senti uma fraqueza do meu lado direito do corpo. O pessoal da academia ligou para o Samu e fui atendida rapidamente. Graças a Deus não precisei fazer cirurgia. O meu próprio organismo estancou o sangue”, lembra a atleta, que encontrou no jiu-jítsu uma forma de reabilitação e superação. 

Érika ficou com paralisia do lado direito do corpo. Hoje, aos 31 anos, a atleta é exemplo de superação. Coleciona títulos na modalidade do jiu-jítsu como paratleta. 

“Entrei para o esporte há três anos para ajudar na recuperação, pois saí do hospital de cadeira de rodas. Acabei me apaixonando pela modalidade. Já conquistei muitas medalhas, a mais importante foi no Campeonato Panamericano no Uruguai, onde foi o início do parajiu-jítsu, no esporte paraolímpico. Nesse campeonato, trouxe o segundo lugar para casa”, destaca Érika. 

  

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