Samuel Nunes


Repórter

- Não tem como falar de Mocão sem mencionar a Vila Olímpica, infelizmente o pessoal aqui só se fala em futebol, é importante sim falar neste esporte que é o mais popular do Brasil. Mas, todos sabem da importância da Vila Olímpica no que diz respeito à formação do jovem.

É este o pensamento do leiloeiro, articulador político, ex-presidente do Ateneu e Cassimiro de Abreu na década de 1970, Aristóteles Mendes Ruas.

(foto: XU MEDEIROS)





Ex-presidente do Ateneu e Cassimiro de Abreu ainda


acredita na construção da Vila Olímpica e do estádio municipal.

Ele revela que o grande e audacioso projeto levado ao ministro do Esporte à época para o ministro, Carlos Meles, foi a construção de uma Vila Olímpica paralela a construção do estádio de futebol.   

- No projeto da Vila Olímpica, consta escola de regime integral, dormitórios com excelentes acomodações, sem contar no estádio de futebol com uma pista de atletismo das mais modernas – diz.

PROJEÇÃO

Aristóteles Mendes Ruas afirma que não se pode advogar a causa da construção de uma Vila Olímpica, sem pensar também na geração de renda e empregos diretos e indiretos para os montes- clarenses. Ele ressalta também que a construção da Vila Olímpica e do estádio de futebol colocaria e projetaria a cidade em âmbito nacional com a realização de competições que elevaria o esporte e sobretudo, os atletas da cidade.

- Entendo que houve má vontade por parte dos administradores, também falta de visão esportiva dos prefeitos. Alguns só veem futebol como um esporte, não como uma profissão onde hoje milhares de jovens buscam a sua sobrevivência neste esporte que é o preferido entre os brasileiros.

Entretanto, penso que para ser rei tem que ter trono, ou seja, não há condições de Montes Claros sediar grandes competições, sem uma Vila Olímpica, dotada de toda uma infra-estrutura e, é lógico com um estádio de futebol à altura do que a cidade merece.  

PALEATIVO

Indagado quanto à parceria entre prefeitura e Unimontes- Universidade Estadual de Montes Claros, para a colocação de arquibancadas onde hoje é o campo da universidade, o ex-presidente do Ateneu e Cassimiro de Abreu, Aristóteles Mendes Ruas, frisa que esta é uma medida apenas paliativa. No seu entendimento, a localização não é das melhores, o acesso é complicado e não resolveria o problema da falta de um estádio de futebol  na cidade.  

- O terreno onde deveria ser construído o Mocão e a Vila Olímpica foi doado pela família Magalhães, são 100 mil metros quadrados de área, mais 40 mil comprados pela prefeitura na época do governo Jairo Ataíde. Ali sim é o espaço para ser construída a Vila Olímpica e o estádio.

Ocorreria o desenvolvimento dos bairros ao redor e não na Unimontes, onde tanto o governo federal quanto estadual poderia investir neste contexto - acrescenta.

CORTE

De acordo com Aristóteles Mendes Ruas, a sociedade quer de fato saber o que aconteceu com a verba destinada à construção da Vila Olímpica e do estádio de futebol. Ele afirma que se porventura a verba está impedida que o poder público municipal esclareça para a população.

- Se tem problema no Tribunal de Contas da União é obrigação explicar esta pendência, que pode sim ser solúvel - afirma.

A Comissão Legislativa de Inquérito instaurada na câmara municipal há alguns anos não encontrou absolutamente nada de anormal. A obra seria realizada em etapas, e todas enquadrou dentro das exigências, por exemplo, da lei Pelé.

- Uma das formas de se concretizar esta obra é por meio das vendas de placas de publicidade que pode ser feita de modo antecipado, além de parcerias junto a iniciativa privada, são idéias que de acordo com ele podem ser verbalizadas - frisa. 

PROJETO

Gastou se mais de 1 milhão de reais só no projeto que foi feito pelo reconhecido arquiteto Gil Cesar de Abreu, o mesmo que fez a do estádio Mineirão que percorreu a época toda a cidade e considerou o terreno doado no Bairro Delfino Magalhães, como o mais adequado para a construção tanto da Vila Olímpica quanto do estádio de futebol. A terraplanagem por exemplo, já foi feita.

Segundo Aristóteles Mendes Ruas, é relevante voltar ao tempo na realização deste sonho.

Lembra que quem adequou o terreno e aprovou a lei inicialmente foi o ex- prefeito, Pedro Santos, o também ex-prefeito Antônio Lafetá Rebello fez a terraplanagem e o projeto inicial, sendo que o ex-prefeito Jairo Ataíde redimensionou, ampliou o projeto, deixando-o todo pronto, entretanto, para a tristeza geral dos montes-clarenses e desportistas o projeto está paralisado.

- A maquete do projeto está pronta, o que falta mais? Apesar de todas as dificuldades acredito ainda na realização deste sonho, é preciso toda a classe esportiva ir para as ruas e cobrar por esta obra - finaliza Aristóteles Mendes Ruas.