Eduardo Brasil
Repórter
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Os vereadores Lipa Xavier – PCdoB e Fátima Pereira – PP também falaram com exclusividade a O Norte sobre os fatos ocorridos na noite de quinta-feira. Ambos admitem que não testemunharam a agressão verbal que Cori Ribeiro teria feito a Rosemberg Medeiros, mas entendem que a reunião, ao ser encerrada por pressões políticas repetiu comportamentos que abominam entre os membros da casa legislativa.
- Além do episódio lamentável envolvendo Cori e Rosemberg, a reunião foi mais uma demonstração do arbítrio que o executivo exerce sobre os vereadores que o apóiam, levando-os a tramarem expedientes contra o legislativo, como o de se ausentarem do plenário, sem licença, para caracterizar a falta de quorum e assim impedir o prosseguimento da reunião – observou Fátima Pereira, também fazendo alusões à retirada à francesa do vereador Antônio Silveira.
- Ele saiu rindo na nossa cara. Quer dizer, na cara do povo.
MAU EXEMPLO
Para a vereadora, enquanto a câmara municipal dava um péssimo exemplo, revelando a fragilidade da democracia, coube a um representante do próprio executivo modelar um comportamento mais adequado.
- Aliás, o representante do executivo, Geraldo Guedes (da secretaria da Fazenda) passou por momentos vergonhosos, ao perceber como é que a câmara funciona, sob a força da caneta do prefeito.
Ainda segundo Fátima Pereira, por incrível que pareça o prefeito, desta vez, foi quem deu exemplo de democracia ao enviar seu representante para o debate.
- Infelizmente atrapalhado pela subserviência dos que tramam contra a ética e a moralidade que pregam.
ATENÇÃO DESVIADA
Lipa Xavier também entende que o episódio deve ser questionado pela câmara municipal.
- Ele deve ser analisado, sim, até pela Comissão de Ética, para evitar que outros casos semelhantes voltem a acontecer. É claro que o debate acirrado faz parte do legislativo, mas quando as discussões descambam para o lado pessoal, de brigas, medidas procedentes devem ser tomadas. Não interessa se o debate teria ou não o poder de alterar as regras que a administração tomou em relação ao pagamento do IPTU, mas ele tinha de ser preservado.
Lipa Xavier lamentou ainda que a maioria dos vereadores tenha optado por criar seguidas desavenças no plenário, discussões politiqueiras como uma forma de desviar a atenção para evitar o debate de questões realmente importantes.
- É uma colocação oportuna. A câmara municipal realmente tem usado esse recurso, o de discutir por discutir, apenas para conturbar, para que não se discuta coisa nenhuma, séria, de preferência - acrescentou.
AUSENTE DA BANCADA
O vereador, que desde janeiro desde ano está desligado da bancada da situação na câmara municipal, não soube responder se a opção dos vereadores da situação em conturbar as discussões de temas importantes, como o IPTU, atenderia a uma determinação do prefeito Athos Avelino, preocupado com novos desgastes que os eventuais debates poderiam causar à sua administração.
- Pode ser. Mas não tenho informações a esse respeito – encerrou o vereador, cujo partido, o PCdoB, aliado de primeira hora da atual administração, mas alijado do poder com a extinção da secretaria de Esportes e Lazer, desde o início do ano aguarda por uma audiência com o executivo para decidir sobre a posição da legenda no governo municipal.