Oposição afina discurso contra descumprimento de lei constitucional pelo executivo de Montes Claros que não observa direitos dos trabalhadores da prefeitura - há dois anos sem aumento salarial

Eduardo Brasil


Repórter


www.onorte.net/eduardobrasil

Os vereadores Rosemberg Medeiros – PTB, Fátima Pereira – PP, e Athos Mameluque - PMDB querem a câmara municipal discutindo a questão da data-base dos servidores da prefeitura de Montes Claros, que há dois anos vem sendo desrespeitada pela administração de Athos Avelino – PPS.

- Período em que a categoria amarga vencimentos extremamente defasados, sem que o executivo sinalize para um reajuste mais do que merecido - afirmam.

Rosemberg Medeiros, inclusive, na reunião de terça-feira 6, chegou a defender a realização de uma tribuna livre, ou de uma audiência pública no legislativo, no próximo dia 22, para debater o assunto - com a participação do executivo. No entanto, teve requerimento nesse sentido alterado, e transformado em documento que apenas tratou de informar ao prefeito da necessidade de se debater a questão.

O vereador entende que Athos Avelino não pode continuar fugindo do assunto, uma vez que uma decisão a respeito do futuro dos servidores depende exclusivamente dele, não importando se a administração tem condições de dar um reajuste de 5%, ou de 15%.

- Tomara que seja mais. Mas, o importante é que haja aumento e que ele, o prefeito, abra a boca e deixe isso transparente, de forma responsável. É uma satisfação que ele tem por obrigação de prestar.

"CAIXA PRETO"

A indiferença do prefeito em relação aos servidores públicos vem sendo criticada da tribuna da câmara faz tempo. Para Athos Mameluque, por exemplo, além de ser uma falta de respeito ao trabalhador, e à Constituição Federal, a atitude do chefe do executivo, além de ser vergonhosa e covarde para um homem que prometeu valorizar a categoria na campanha eleitoral, levanta novas suspeitas de irregularidades no governo municipal, levando-o até mesmo a pensar na existência de um caixa preto no prédio da Cula Mangabeira, argumentando que o aforismo advém do reajuste de 40% que o prefeito concedeu ao cargo de presidente da Transmontes.

- E aos 14 cargos comissionados criados por ele, na mesma ocasião, além dos altos salários que paga aos milhares de contratados de sua administração. Quer dizer, de onde ele retira tanto dinheiro para aumentar a remuneração de seus assessores seletos, enquanto alega que mantém congelados os vencimentos dos servidores por falta de dinheiro? Só pode existir um caixa preto no prédio da prefeitura – acentuou.

BALELA

A vereadora Fátima Pereira, que em todas as sessões ordinárias da câmara municipal cobra a observação da data-base dos servidores, reitera sua frustração diante da desvalorização do trabalhador da prefeitura, ao contrário do que foi apregoado na campanha eleitoral.

- Ficou na conversa a valorização do servidor, que foi carro-chefe da propaganda desenvolvida nos palanques de 2004. Balela. O servidor está enfrentando uma situação calamitosa, enquanto o executivo continua levando sua turma a engrossar a folha de pagamento da prefeitura, bancada com dinheiro do contribuinte, do povo de Montes Claros.

Fátima Pereira também critica a propaganda oficial da administração, que toma para si os méritos do aumento salarial concedido aos funcionários da Educação, repetindo que a medida é de exclusiva competência do governo federal.

- O aumento que os profissionais da Educação receberam foi oriundo de dinheiro enviado pelo governo federal, do Fundef, que tinha de ser aplicado no setor, sob pena de retornar aos cofres da União. Não fosse por conta dessa obrigação, penso que o prefeito não o teria usado na valorização do magistério, como faz com os servidores de carreira da prefeitura, que já não confiam no futuro da profissão por causa do desrespeito a que estão submetidos – conclui a vereadora.