Vereadora diz que sindicato pelego deve acabar

Jornal O Norte
Publicado em 21/05/2007 às 09:31.Atualizado em 15/11/2021 às 08:04.

Fátima incita servidor a


se livrar de sindicato


comandado pelo prefeito



Eduardo Brasil


Repórter


www.onorte.net/eduardobrasil



Apesar de o presidente Valmore Edi garantir que o Sindicato dos servidores municipais de Montes Claros está mobilizado para conseguir do executivo o reajuste salarial para a categoria, no mínimo de 19,75% para repor perdas dos últimos dois anos, a vereadora Fátima Pereira acusa a diretoria da entidade de omissão. Ela acredita que somente uma mudança radical nas forças sindicalistas poderá resgatar os direitos que estão sendo usurpados dos trabalhadores da prefeitura – que há seis anos não têm aumento salarial.



- A pergunta que faço é a que todos os servidores municipais estão fazendo: cadê o sindicato? Que sindicato, afinal, é esse que não mostra as caras, como fizeram seus membros em tempos passados, quando não estavam comprometidos com a administração municipal? Que sindicato de servidores é esse, onde quem manda é o prefeito? – indaga a parlamentar.






Fátima Pereira: - Que sindicato é esse que não mostra as caras,


não defende o servidor municipal?
(foto: Wilson Medeiros)



Segundo Fátima Pereira, a omissão da entidade vem sendo notada desde 2004, quando nas campanhas das eleições municipais sua diretoria – a mesma de hoje, revelou apoio, à revelia dos servidores, ao atual prefeito, quando a sua própria sede foi flagrada sendo utilizada como comitê eleitoral do candidato.



DATA-BASE



Outra prova da mesma forma contundente do distanciamento do sindicato das causas dos servidores municipais e da sua aproximação ao executivo a partir de 2005, segundo a vereadora, estaria na ausência da entidade na campanha da data-base, que expirou, e que não foi respeitada pelo executivo pelo segundo ano consecutivo.



- A data-base passou e o sindicato não mobilizou os servidores, não exigiu do prefeito que ele cumprisse a lei e iniciasse as negociações. Nada fez. Ficou calado, deixando os servidores sem representação – acrescenta, censurando as afirmações de que a entidade esteve mobilizada durante todo o período.



- É muito fácil ir à imprensa e dizer isso. Mas os acontecimentos desmentem essa mobilização. Os servidores, através de seus próprios esforços conseguem colocar o assunto pelo menos público, em evidência diante da sociedade, para revelar como são tratados pelo executivo e pelo sindicato.



A vereadora também condena o fato de que, neste período, o chefe do executivo, enquanto negava aumento salarial aos trabalhadores municipais patrocinava uma sangria nos cofres públicos com suas contratações milionárias, dotando a prefeitura de uma superestrutura para atender aos seus conchavos políticos.



- Ele disse que enxugava a máquina administrativa enquanto encharcava a prefeitura com seus apadrinhados, que custam caro ao povo – reiterou, diante da informação de que as contratações do executivo teriam provocado na folha de pagamento do município um acréscimo de vários milhões de reais.



- Números que desconhecemos, aliás, já que a administração não nos informa sobre a quantidade de contratados, relação que desde o início de 2005 estamos solicitando sem sucesso.



VEREADORA SUGERE NOVO SINDICATO



De acordo com Fátima Pereira, diante das posições ambíguas do sindicato, ora afirmando estar ao lado dos servidores para, em seguida, ler a cartilha da administração municipal, a medida mais correta seria a categoria se libertar da entidade denominada de pelega, criando um novo sindicato, sem os tentáculos do executivo.



- Conclamo os servidores municipais para se organizarem nesse sentido. Que eles constituam uma comissão e criem um novo sindicato. Que criem um sindicato que realmente defenda seus direitos.



Ainda segundo a vereadora da oposição, e segunda-secretaria da mesa diretora do legislativo, a rodada de negociação, que teria sido promovida entre representantes da prefeitura e do sindicato, nesta semana – que a entidade e a prefeitura não confirmaram que aconteceu até o fechamento desta edição, se aconteceu não passou de outra encenação para que o assunto continue sendo protelado.



- Ninguém sabe o que essas pessoas discutem. Na câmara municipal, por exemplo, nenhum vereador tem informações sobre os percentuais que estão sendo colocados nessas tais negociações, das quais nunca saem decisões.



Para a vereadora, as negociações que anunciam não passariam de um jogo de empurra-empurra entre os gerentes e aderentes que estão no poder da cidade virtual.



- O servidor verdadeiro, esse, podem acreditar, certamente está alijado dessas negociações – conclui Fátima Pereira.

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