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Domingo,14 de Setembro

Vereadora diz que prefeito força servidor a ser cabo eleitoral

Jornal O Norte
Publicado em 29/05/2008 às 10:44.Atualizado em 15/11/2021 às 07:33.

Eduardo Brasil


Repórter



A vereadora Fátima Pereira – PSDB acusou o executivo de Montes Claros, Athos Avelino – PPS, de estar pressionando servidores municipais do setor de Educação para utilizá-los como cabos eleitorais na sua campanha de reeleição. Segundo ela, a estratégia do prefeito teria sido flagrada em muitos eventos promovidos pela prefeitura, com destaque para uma recente ação global feita em uma escola municipal, quando seus diretores e professoras foram forçados pelo prefeito a participarem do evento.



- Eles não são obrigados a atuarem nesses eventos. Foram nomeados para serem professores e para atuarem em funções inerentes ao magistério. Qualquer outra atividade, sobretudo de cunho político, não é obrigação da categoria – ressalta a vereadora.



Ela também critica a forma com que o prefeito anuncia gratificação, com dinheiro da União, aos professores, afirmando que ele busca, desta forma, confundir a cabeça do servidor com curso superior, na tentativa de passar a impressão de que está concedendo reajuste salarial à categoria e com dinheiro da própria administração municipal.



- Não é dinheiro do município. É dinheiro do governo federal, do Fundeb (Fundo para desenvolvimento da educação básica). E, gratificação, você pode conceder e retirar a hora que quiser, o que o prefeito deve fazer após as eleições de outubro. Gratificação não é agregada ao salário. Por isso, estou alertando os professores para essa manobra do prefeito que tenta se passar por bonzinho – acrescenta a parlamentar, esclarecendo que considera justa a gratificação, desde que ela não esteja sendo manipulada politicamente, como está.



- Eu sempre defendi a valorização do servidor. Não essa valorização que atende a interesses pessoais do prefeito. Uma valorização que após as urnas deste ano ele não manterá, já que a gratificação é temporária, sem incorporação aos vencimentos dos trabalhadores – reitera Fátima Pereira.



PRETENSÕES



Segundo ela, o executivo apenas antecipa a gratificação com recursos da União, uma vez que eles são rateados no fim de ano entre os professores, como sobra do montante enviado pelo governo, já que o município não pode devolver o dinheiro.



- Ele está antecipando a gratificação no momento oportuno para suas pretensões políticas e, com isso, aproveita para agradar e ao mesmo tempo pressionar o servidor. O trabalhador da prefeitura não precisa temer o prefeito, pois ele está coberto por normas que impedem esse abuso de poder – ressalta a vereadora tucana, chamando a atenção para o Estatuto do Servidor que garante os direitos da categoria.



- Existe, inclusive, uma lei municipal de minha autoria, Lei do Assédio Moral, que deixa claro que nenhum servidor pode ser constrangido na sua função. Lamentavelmente nós temos informações, até mesmo de vereadores da bancada de sustentação ao prefeito, que presenciaram eventos em escolas rurais, de que servidores realmente mantinham, e mantêm, atividades de cunho político-partidário nessas ocasiões, sob pressão do executivo. Isso, em um prédio municipal. Não aceitaremos essa arbitrariedade, esse abuso de poder do prefeito – encerra Fátima Pereira.

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