Vereadora denuncia imundície na prefeitura

Jornal O Norte
Publicado em 13/03/2008 às 09:48.Atualizado em 15/11/2021 às 07:27.

Eduardo Brasil


Repórter



A vereadora Fátima Pereira – PSDB voltou a cobrar do executivo de Montes Claros alguma sinalização sobre as negociações alusivas à data-base dos servidores municipais. Segundo ela, o prazo terá início no mês que vem e até agora o prefeito não se manifestou sobre o assunto.



A parlamentar acrescenta que a data-base não se resume apenas na questão salarial, que exige um reajuste compatível com a defasagem acumulada nos últimos anos. A questão das condições de trabalho também deve ser debatida, com antecedência e com muita seriedade, face à situação enfrentada por alguns servidores em ambientes que ela considera nocivos, degradados e que levam risco à saúde.



- Estive em um deles e fiquei abismada com as condições de trabalho que a atual administração dispensa aos servidores. É uma imundície – diz.



Fátima Pereira acrescenta que tomou conhecimento dessa situação ao se dirigir ao departamento de arquivos da prefeitura, nesta semana, onde flagrou verdadeiros absurdos que registrou em fotos passadas com exclusividade a O NORTE.



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Foto revela o ambiente degradado em que a administração


municipal coloca servidores para trabalhar



- São fotos que revelam um ambiente perigoso, altamente prejudicial à saúde. O mais revoltante é que a prefeitura finge ignorar essa situação e não toma nenhuma providência para oferecer um local limpo, onde as pessoas possam trabalhar com dignidade, inclusive.



CENÁRIO MEDIEVAL



Para Fátima Pereira, o local mais pareceria um ambiente buscado do cenário medieval, fica escondido no prédio da prefeitura, é apertado, mal cabendo os servidores que nele trabalham, e não possui nenhum tipo de ventilação.



- Nele não existem janelas e o ar é totalmente viciado. Não sei como os servidores suportam trabalhar ali, por horas seguidas, todos os dias, sem apanharem uma doença.



Fátima Pereira diz, inclusive, torcer para que nenhum dos servidores adoeça, uma vez que na questão médica eles não contam com nenhuma cobertura da prefeitura.



- Eles não têm sequer um plano de saúde. Estão à mercê da sorte.



A vereadora considera um absurdo que autoridades municipais sanitárias não tenham, até agora, tomado medidas para que a prefeitura não coloque a vida de servidores em risco. Para ela, a Vigilância Sanitária parece se fazer de cega diante de uma calamidade.



- Penso que se a Vigilância Sanitária não pertencesse ao município, alguma coisa teria sido feita contra essa degradação – afirma.



INSALUBRIDADE



Ainda segundo Fátima Pereira, os servidores que atendem no setor de arquivos não contam com nenhum material que possa diminuir os riscos de uma enfermidade. Quando da visita que fez, diz não ter percebido à disposição dos servidores nenhum material nesse sentido, com exceção de que alguns usavam surradas máscaras de pano (utilizadas por médicos em cirurgias).



- O ambiente fede a mofo. Ali, sem nenhuma proteção, mal respirando os servidores manuseiam documentos que, ao longo dos últimos trinta anos acumularam poeira e fungos. São pastas amareladas, imundas, desmanchando por falta de manutenção, de limpeza. Vírus de toda ordem tomam o ambiente, com certeza. É um horror.



A parlamentar, que integra a bancada de oposição no legislativo reclama ainda do adicional de insalubridade que os servidores receberiam, de apenas 20%.



- É um desrespeito ao trabalhador que sobrevive nessas condições, principalmente ao trabalhador de carreira. Diante da indiferença do poder público municipal defendo que o ministério do Trabalho seja acionado para tomar consciência do que se passa nos porões da prefeitura – encerra a vereadora.

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