Vereador propõe vale alimentação para servidor público em Manga
O vereador Gil Mendes (PP) quer que a Câmara de Manga institua o auxílio alimentação para os servidores da Casa. Se a proposta for adiante, o que é pouco provável em ano eleitoral, os funcionários efetivos e contratados do Legislativo terão direito ao vale-alimentação no valor de R$ 500 mensais. O dinheiro para conceder o mimo viria da dotação orçamentária da Câmara, que anda pela casa do R$ 1,5 milhão por ano.
Por Luis Cláudio Guedes
O vereador Gil Mendes (PP) quer que a Câmara de Manga institua o auxílio alimentação para os servidores da Casa. Se a proposta for adiante, o que é pouco provável em ano eleitoral, os funcionários efetivos e contratados do Legislativo terão direito ao vale-alimentação no valor de R$ 500 mensais. O dinheiro para conceder o mimo viria da dotação orçamentária da Câmara, que anda pela casa do R$ 1,5 milhão por ano.
Em outro projeto de lei, Mendes propõe que o mesmo benefício seja concedido para os cerca de 1.000 servidores da prefeitura de Manga. No caso do município, o vereador não estipulou valor para o benefício, porque a Câmara Municipal não tem autonomia para criar despesas para o Executivo. Por isonomia, a Prefeitura teria que pagar o mesmo valor para os seus funcionários – o que daria uma despesa anual extra da ordem de R$ 6 milhões. Resumo da ópera: a atual pindaíba que a administração atravessa, os servidores terão que esperar sentados – que é para não cansar muito.
Nos dois casos, tanto a Câmara quanto a Prefeitura precisariam se cadastrar no Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) para conseguir a isenção no pagamento de impostos como FGTS e INSS sobre as verbas destinadas ao pagamento do benefício. Para boa parte dos servidores dos dois poderes, o pagamento do vale alimentação, ou refeição, se for o caso, representaria aumento real nos salários de até 50% - o que o município não tem condições de bancar.
Gil Mendes sabe que seu projeto dificilmente vai sair do papel, embora o auxílio alimentação faça parte da rotina de boa parte dos trabalhadores do País. Mas isso é o de menos. Em ano eleitoral, uma boa ideia vale mais pela intenção do que por seus resultados concretos. São mínimas as chances dos projetos passarem pelo crivo do plenário, mas Gil deixa seus pares na Câmara de cabelos em pé.
PEDAGOGIA DO CANO
O vereador gravou um vídeo para rodar nas redes sociais em que expõe suas propostas. Apesar da baixa qualidade do material, que peca por certo amadorismo na produção, Mendes consegue passar o recado. Ao final da gravação, quando cobra do prefeito Anastácio Guedes (PT) o pagamento do rateio do Fundeb, Gil, o pândego, usa um pedaço de cano de PVC para dizer que os professores não podem ficar sem o dinheiro da eventual sobra do Fundo destinado ao desenvolvimento da educação básica. Com o gesto, Gil repete seu gosto pelo recurso à teatralidade: ele já compareceu em plenário com uma mordaça e, noutra ocasião, usou a tribuna da Câmara paramentado com uma toga.
Não é nada, não é nada, o vereador consegue passar ao distinto público eleitor que tem lá suas ideias, muita delas amparadas na mais desbragada das demagogias, como é o caso do vale alimentação, mas com certo apelo para imprimir na cabeça do eleitorado sua passagem pelo legislativo. A estratégia vai ajudá-lo a conseguir um segundo mandato? Difícil prever. Mas o vereador incomoda. Além da administração petista em Manga, que o considera persona non grata, o estilo de Mendes é criticado pelos seus colegas de parlamento. Quando nada, por que ter ideias parece ser algo raro na atual composição da Câmara Municipal. Gil, o pândego, tentar se virar nos 30.