Vereador aliado diz que


falta de ação leva prefeito


a receber novas cobranças


da população

Eduardo Brasil


Repórter


www.onorte.net/eduardobrasil

Ainda que na posição de líder do governo na câmara municipal de Montes Claros, o vereador Marcos Nen – PL não esconde que esperava mais da administração de Athos Avelino – PPS, embora considere alguns avanços importantes na atual gestão. Ele, porém, deixa claro sua contrariedade pelo fato de que metas importantes, traçadas dentro de um programa de governo para dar fim, ou pelo menos amenizar os problemas que atingem a maioria da população, sobretudo a de menor poder aquisitivo não tenham sido alcançadas.

Marcos Nen entende que a administração erra ao repetir consultas sobre os velhos problemas da cidade.

- São problemas que todos na prefeitura têm conhecimento pleno de sua existência. Claro que discussões com os moradores são importantes, mas elas já foram feitas anteriormente e hoje o povo não quer saber de mais conversa. O povo quer as obras prometidas. Ele ainda confia na execução das obras – ressalta o vereador.

AÇÃO SIMULTÂNEA

Para Marcos Nen, já que o prefeito insiste em ouvir novamente as demandas da população, que desta vez ele aja imediatamente após as assembléias, enviando máquinas para fazer os serviços e dando prazo para que eles sejam concluídos.

Marcos Nen diz que falta de trabalho leva


o povo a repetir velhas (foto: Wilson Medeiros)

- Tivemos uma reunião no bairro Independência e tudo que os moradores disseram o prefeito e os secretários já sabiam. Eles querem asfalto, melhores condições de vida, saúde, educação, oportunidade de trabalho e de renda. Ou seja, a administração não precisava ir ao bairro Independência para ouvir as mesmas coisas dos cidadãos.

OPOSIÇÃO SEM EXAGERO

Segundo Marcos Nen, a oposição na câmara municipal não exagera quando diz que as assembléias que discutem o orçamento participativo, dentro do programa Governança Solidária são desnecessárias.

- Todas as demandas realmente já são conhecidas. O prefeito nem precisava recorrer às reuniões nos bairros. Bastava que ele recorresse aos mais de 500 requerimentos que lhe enviamos desde 2005, reiterando pedidos de solução para os problemas do povo.

O vereador acredita que Athos Avelino está enfrentando dificuldades junto a segmentos sociais por não ter agido no momento certo, no sentido de que os problemas enfrentados pela população não se agravassem, o que ocorreu.

- Se ele tivesse realizado o que pedimos há dois anos e três meses, não precisava estar ouvindo do povo, as mesmas cobranças de 2005. Tivesse feito, ele não precisaria, por exemplo, retornar ao Bairro Delfino Magalhães, onde a população já deixou bem claro o que quer da sua administração.

NECESSIDADES

Segundo Marcos Nen, os moradores do Delfino querem, da mesma forma que milhares de outros cidadãos, asfalto, ruas em condições de receber tráfego de carros e de pedestres, limpeza urbana, segurança, o início das obras do estádio de futebol (Mocão), o funcionamento do Hospital Alfeu de Quadros.

- O prefeito também sabe que os moradores querem a doação de um terreno para construção de prédio para a polícia militar, construção de uma praça em frente à escola do bairro e a canalização do córrego Santo Antônio que liga este bairro ao Conjunto Habitacional Bandeirantes. Obras que estão sendo cobradas de novo, essa é a verdade.

REUNIÕES PARA AGRADECER

Reiterando considerar importante que o prefeito e os seus secretários se reúnam com o povo para ouvi-lo, e assim procurar atendê-lo, o vereador, no entanto, observa que o chefe do executivo enfrenta um desgaste que poderia ter sido evitado com trabalho.

- Acredito que o próprio prefeito deve entender que tudo é perda de tempo e que essas reuniões não trazem novidade nenhuma. Que é preciso ação. Mas, repito, ele acerta em realizá-las, ainda que o correto fosse que esses encontros servissem para que ele recebesse agradecimentos do povo pelas obras que realizou. Infelizmente o prefeito está retornando aos mesmos locais onde esteve em 2005, com as mesmas propostas, para receber novas cobranças – concluiu Marcos Nen.