Eduardo Brasil
Repórter
O vereador Athos Mameluque –PMDB comemora liminar concedida pelo juiz eleitoral Danilo Campos que suspendeu a veiculação de propaganda atribuída a ACI – Associação comercial, industrial e de serviços de Montes Claros, mas tendo o prefeito Athos Avelino – PPS como garoto propaganda na apologia ao seu próprio governo. A decisão atendeu a uma representação feita pelos diretórios municipais do PMDB e PSDB que acusaram o prefeito de tentar driblar a justiça eleitoral através da mídia.
- A farsa acabou – frisa o parlamentar.
Mameluque elogia decisão da justiça:
- Ela acaba com as mentiras que Athos Avelino
vem contando para o povo
(foto: WILSON MEDEIROS)
De acordo com Mameluque, finalmente a justiça entendeu e condenou o teor da propaganda enganosa do prefeito que ele, ao longo dos últimos três anos denuncia de forma sistemática da tribuna legislativa.
- Parabéns à justiça eleitoral que rompe com uma farsa que estava sendo encenada, paga pelo povo de Montes Claros, à sua revelia, com o prefeito, no papel de garoto propaganda, anunciando a realização de obras dos governos estadual e federal como se fossem suas – acrescentou o parlamentar.
- O prefeito tem agora cinco dias para fazer a sua defesa e desconfio, sinceramente, que ele a faça. Nem que tivesse um prazo mais alongado. Ele não tem essa defesa. Foi apanhado – observa Mameluque.
DESPERDÍCIO
Ele lembra a decisão judicial apontando que o executivo, ao se prestar ao papel de ator para o comercial infringiu a Constituição Federal citando o juiz Danilo Campos, que escreveu na liminar clara violação ao princípio constitucional de impessoalidade.
O vereador também elogiou a exigência judicial feita aos órgãos de imprensa da cidade, onde foram veiculadas as peças promocionais da prefeitura, para que apresentem o total de recursos públicos arrecadados junto à administração de Athos Avelino nos últimos três anos.
- Podem ter certeza de que é muito dinheiro, uma fortuna que poderia resultar em muitas obras para o povo, o que não aconteceu, não acontece e nem acontecerá – adianta o vereador.
Dinheiro que, segundo ele, saiu do bolso do povo, camuflado, sem que nenhuma conta fosse prestada sobre o mau uso de recursos públicos tão expressivos.
- Dinheiro desperdiçado. Usado em propagandas enganosas, em propagandas eleitoreiras – reitera o vereador, chamando a atenção para o fato de que Athos Avelino reservou, somente para este ano, para a veiculação de sua publicidade, quase três milhões de reais.
- Uma disparidade, uma aberração, considerando que o setor de segurança pública conta com menos de um por cento desse mesmo orçamento municipal numa cidade violenta como a nossa.
CAIXA PRETA
Para Athos Mameluque a hora de mostrar ao povo a fortuna gasta com enganação do prefeito chegou.
- A caixa preta finalmente será aberta pela justiça. Vamos saber de tudo. E os órgãos de imprensa não podem criar obstáculos à justiça. Eles têm data para prestarem as devidas informações.
O vereador acredita que a decisão da justiça eleitoral é ainda mais ampla e benéfica para a sociedade montes-clarense, a partir do momento em que pode livrá-la de conviver mais sete meses com as mentiras do prefeito, aludindo ao período que ainda resta para a atual administração encerrar seu mandato.
- Ele agora está impedido de continuar com a farsa, sangrando os cofres públicos para pregar suas mentiras. A irresponsabilidade do prefeito é tão grande que o ministério público também está atento à questão de improbidade administrativa, que, ao que tudo indica, ele praticou.
O vereador peemedebista também apelou para que a câmara municipal seja mais discernida e atuante na questão da transparência exigida aos homens públicos, fazendo eco para que as irregularidades com a propaganda da prefeitura sejam apuradas e os responsáveis punidos de acordo com a lei.
- O prefeito, porém, pressiona sua bancada na casa a agir de outra forma, contra a própria transparência que apregoa defender na prefeitura, levando-a a ofuscar seus erros, que são graves.
Na reunião de segunda-feira 10, por exemplo, segundo Mameluque, a ordem emanada do prefeito era a de que os vereadores derrubassem requerimento de sua autoria pedindo parecer do Comitê 9840 de anticorrupção sobre o teor de sua propaganda enganosa.