Vereador aliado diz estar decepcionado com o prefeito

Jornal O Norte
Publicado em 02/05/2007 às 09:36.Atualizado em 15/11/2021 às 08:03.

Júnior de Samambaia afirma


que prefeito decepciona a todos


ao fugir de discussões



Eduardo Brasil


Repórter


www.onorte.net/eduardobrasil



A audiência pública realizada pela câmara municipal de Montes Claros, na semana passada, para debater a violência e a criminalidade que se estende da área urbana para a zona rural só não foi de toda inútil porque serviu para colocar o tema em evidência - e para revelar que existem segmentos da sociedade realmente preocupados em combater o fenômeno que tem ameaçado a vida de milhares de pessoas.






Júnior de Samambaia:


Athos Avelino decepcionou ao fugir dos debates sobre violência



(foto: arquivo/ Wilson Medeiros)



O maior fracasso foi causado pela ausência de pelo menos noventa e oito por cento das autoridades convidadas para o evento, que não corresponderam ao convite e nem mandaram representantes. A exceção coube à polícia militar de Minas Gerais, representada pelo capitão Adriano, comandante de operações da corporação, e aos pequenos produtores rurais que tomaram parte da galeria do legislativo.



- É lamentável que um assunto de tamanha importância não tenha recebido respaldo das autoridades que podem ajudar no combate à violência e à criminalidade na cidade e na zona rural. Lamento, sobretudo, a ausência da administração municipal, que nem sequer um representante enviou para participar das discussões – ressalta o vereador Júnior de Samambaia – PV, autor da proposição que resultou na audiência pública e que integra a bancada que dá sustentação ao prefeito na câmara municipal.



- O prefeito deveria ter mandado, pelo menos, um representante – reitera o parlamentar, que se sentiu desprestigiado por uma administração que ele defende desde que assumiu seu mandato legislativo.



LUTA CONTINUA



Apesar de a audiência pública não ter alcançado seus objetivos, até mesmo porque o capitão Adriano adiantou que algumas das medidas sinalizadas, como a de constituição de uma patrulha policial itinerante na zona rural, a exemplo do que ocorre em outros municípios mineiros, não poderão ser tomadas com urgência necessária por falta de condições logísticas e relacionadas ao contingente de policiais, Júnior de Samambaia assegura que não desistirá de buscar as soluções para o problema, que se torna cada vez mais grave, apelando para a iniciativa privada.



- A câmara municipal, a polícia militar, as pessoas que se mostraram preocupadas com o problema e que participaram dos debates não desistirão da busca de medidas que visam defender a vida dos cidadãos. Vamos continuar com essa luta até que possamos convencer as demais autoridades de que a sua participação é importante – completa Júnior de Samambaia.



Segundo ele, o próximo passo a ser dado é procurar o apoio da iniciativa privada para fortalecer o combate aos criminosos.



- A violência atinge a todos nós, e naturalmente, todos nós devemos agir no seu combate, antes que seja tarde demais – acrescenta o vereador, diante do assustador número de assassinatos no município - que subiu para 29 (até o fechamento desta edição), apenas nos primeiros quatro meses deste ano, alguns deles praticados na zona rural.



PREFEITO INÚTIL



A oposição no legislativo diz entender o tamanho da frustração de Júnior de Samambaia ao ser desprestigiado pelo governo que defende e que fugiu mais uma vez de debates importantes. Segundo a vereadora Fátima Pereira, por exemplo, além de mostrar indiferença com o tema levantado por um aliado de primeira hora, o prefeito Athos Avelino voltou a desrespeitar o legislativo de Montes Claros, diminuindo a importância da audiência pública ao se esquivar das discussões sobre a violência.



Para ela, além de um desrespeito ao legislativo, a um aliado que só Deus sabe o que tem passado para defendê-lo, na câmara municipal, o prefeito demonstra mais uma vez a sua inutilidade, sua irresponsabilidade com um problema crucial que tira o sono de toda a população.



- Também, o que deveríamos esperar de um prefeito que, diante da violência sem precedentes na história de Montes Claros extingue uma secretaria de Defesa Social? Tivesse ele mantido a pasta, naturalmente que o assunto estaria sendo respeitado pela sua administração, através do ex-secretário João Avelino Neto, que atendia a todos os nossos convites, participando dos debates, buscando soluções para o combate à criminalidade.



Para Fátima Pereira, enquanto o prefeito Athos Avelino não assumir verdadeiramente o seu posto de comandante do município os bandidos continuarão agindo livremente pela cidade e pela zona rural.



- A polícia militar faz a sua parte. Resta ao prefeito agir da mesma forma, tomando medidas compatíveis ao tamanho do problema.



PREFEITO AJUDA



Enquanto o prefeito foge de suas responsabilidades, segundo Fátima Pereira, ele nada mais faz do que incentivar os marginais a praticarem seus delitos.



- Ou seja, o prefeito de Montes Claros contribui para o aumento da violência em Montes Claros ao fugir de suas responsabilidades – afirma a parlamentar.



Segundo ela, o registro de atos de violência na zona rural está deixando de ser um fenômeno atípico para se tornar um fato cotidiano, considerando que se tornaram banais os assaltos e os roubos tendo como vítimas os campesinos.



- O que nos preocupa é a característica dos delitos. Se antes os bandidos estavam preocupados em roubar gado, galinha, hoje eles praticam crimes de todo tipo, não importando se as vítimas são crianças, jovens, adultos ou idosos. É uma situação que não pode persistir, sob pena de convivermos com um problema sem solução – ressalta Fátima Pereira.

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