Eduardo Brasil
Repórter
O vereador Athos Mameluque – PMDB acusou, da tribuna da câmara municipal de Montes Claros, na reunião ordinária desta terça-feira 12, o prefeito Athos Avelino – PPS de estar usando a máquina administrativa da prefeitura municipal em benefício de sua campanha à reeleição nos pleitos de outubro, inclusive recorrendo a expedientes legais, embora imorais para a contratação de cabos eleitorais.
- Ele afronta a legislação eleitoral ao utilizar toda a estrutura da prefeitura na sua campanha política. Eu mesmo flagrei esse abuso, que ocorre em várias versões, por mais de uma vez – ressalta o parlamentar.
Carros oficiais do município estariam sendo usados
na campanha do prefeito (foto: XU MEDEIROS)
Segundo ele, num primeiro momento percebeu que carros oficiais do município eram usados na campanha para transporte de material estranho ao serviço público, incluindo impressos de candidatos apoiados pelo paço.
- Um dos carros oficiais era dirigido por um secretário municipal. Eu o vi transferindo calhamaços de santinhos do porta-malas para o interior do veiculo público – acrescenta.
Em outra oportunidade, ainda segundo o vereador, ele teria seguido pelas ruas da cidade um outro carro oficial do município – desta vez uma camionete –, que transportava o que ele denominou de material estranho, cadeiras para uma reunião que o prefeito manteria com moradores de determinado bairro da cidade.
- Aliás, o que se vê nessas reuniões do prefeito, estacionados nas ruas, são veículos da frota municipal, muitos deles ostentando até cartazes do candidato, colocados ali de forma improvisada, para em seguida serem retirados com facilidade. Ele está usando o dinheiro do povo para tentar se manter na prefeitura – afirma o vereador.
CORRUPÇÃO ELEITORAL
Para Athos Mameluque, as infrações cometidas pelo prefeito de Montes Claros caracterizam corrupção eleitoral, antes de tudo, e que elas seriam suficientes para que ele tivesse até mesmo a sua candidatura à reeleição ameaçada. E mais: que os delitos não exigiriam muito esforço da justiça para serem detectados e comprovados, tanto na zona urbana quanto rural do município.
- Eles estão ai, à solta. O ministério público e o Comitê anticorrupção eleitoral 9840 devem voltar suas atenções para os crimes que estão sendo cometidos pelo prefeito, com o dinheiro do povo, que ele tenta enganar para permanecer por mais quatro anos na prefeitura – reitera o vereador.
O porta-voz do executivo, Aurindo Ribeiro – PPS reagiu às acusações de Athos Mameluque, enfatizando que Athos Avelino jamais permitiria o uso da máquina administrativa a favor de sua candidatura.
- Se o colega vereador afirma categoricamente que esse delito é praticado pelo prefeito, que ele prove. Não basta acusar. É preciso apresentar provas – rechaçou Aurindo Ribeiro.
Mameluque retrucou, observando que não lhe caberia a responsabilidade de apresentar provas.
- Sou um vereador, e tenho como função legislar e fiscalizar os atos do executivo. Cumpro com essas obrigações. Cabe, agora, à justiça, investigar as denúncias. E espero que ela faça isso – encerrou Athos Mameluque.