Eduardo Brasil
Repórter
Para o vereador Rosemberg Medeiros – DEM, a localização dos corpos de um homem e de uma mulher, assassinados na noite de domingo 24, na Vila Sion, em área próxima a um campo de futebol, seria emblemática para uma cidade marcada por uma violência sem precedentes, que ganha vulto no estado, e onde os seus gestores extinguiram a secretaria municipal de Esportes e Lazer, cujas atividades, sublinha o parlamentar, ajudavam a desviar os jovens do submundo das drogas, principal motivo que levou ao assassinato do casal, segundo confessaram os suspeitos do crime à polícia civil.
Rosemberg volta a acusar o prefeito de ser
responsável pelo aumento da violência na cidade
(foto: ARQUIVO)
Segundo Rosemberg Medeiros, os corpos foram encontrados próximos a um arremedo de campo de futebol, onde não existe nenhuma infra-estrutura para a prática de esportes, servindo mais como cenário ideal para assassinatos e desova de cadáveres.
- Tivesse a secretaria de Esportes e Lazer funcionando, o local certamente teria outra função. Seria um espaço decente, onde os jovens estariam jogando bola, em disputas saudáveis, confraternizando e não matando ou morrendo, drogados.
O campo acentua o vereador, está há meses totalmente abandonado, não passaria de um terreno baldio, sem iluminação, sem segurança.
- Propício para a ação de marginais, de bandidos.
JUVENTUDE PERDIDA
Rosemberg Medeiros sustenta que a responsabilidade pelo aumento da violência e da criminalidade em Montes Claros não pode ser desvinculada da administração municipal.
- Não se trata de crítica política. É uma constatação que todos tomam ao analisarem as decisões do executivo de Montes Claros.
Para ele, o prefeito Athos Avelino – PPS tem tomado medidas erradas em relação ao apoio que a juventude necessita do poder público.
- E isso, essa ausência de apoio, tem contribuído sobremaneira para o aumento desses índices terríveis que colocam Montes Claros como a terceira cidade mais violenta e criminosa do estado de Minas Gerais – observa o vereador.
Ainda de acordo com o integrante da bancada oposicionista, no legislativo, o prefeito, como comandante máximo do município teria grande responsabilidade pelo registro desses atos de pura barbárie.
- Veja que somente de janeiro até agora já tivemos quase duas dezenas de assassinatos na cidade, envolvendo jovens que se deixaram levar pelas drogas, enquanto podiam estar estudando, praticando esportes, vivendo como cidadãos. A polícia busca fazer a sua parte, mas a prefeitura não ajuda. Lá não existe uma política voltada para a juventude, sincera e leal. Verdadeira. O município nada mais faz, portanto, que ajudar a aumentar o número de nossos mortos – afirma Rosemberg.
SERVIDORES VIOLENTADOS
A violência que assusta a população, conforme o parlamentar democrata, e que contaria com a colaboração da prefeitura de Montes Claros por ela não desenvolver políticas sociais condizentes com a situação que o município enfrenta, não pára nas estatísticas dos jovens que tombam sem vida por causa de disputas por pontos de vendas de drogas.
A violência, na concepção do vereador, se repetiria dentro da própria prefeitura, onde a política de valorização do servidor público foi deixada de lado pelo atual prefeito.
- É uma violência que ele pratica sobre pais de família honestos e que não são reconhecidos por uma administração que privilegia seus apadrinhados, contratados que hoje oneram a folha de pagamento da prefeitura – denuncia Rosemberg Medeiros, que retomou o apelo aos servidores para que se mobilizem com mais retidão nessa véspera de negociações da sua data-base.
- A categoria precisa pressionar, desde já, o prefeito, para que ele atenda às suas reivindicações, principalmente em relação à questão salarial. Quando o prefeito concedeu ao trabalhador da prefeitura um reajuste digno e justo? Para os seus contratos ele dobrou os vencimentos. O prefeito tem a obrigação de conceder um aumento real os servidores, cujos salários estão mais que defasados. E isso deve ser feito agora, antes de ele deixar a prefeitura, para onde certamente nunca mais voltará, se Deus quiser – encerra Rosemberg Medeiros.