‘Lacres são exclusivos e qualquer rompimento deixaria marcas visíveis’, diz técnica judiciária
Em Montes Claros, o processo de preparação das urnas eleitorais, incluindo a carga, o teste e o lacramento, já foi iniciado pela Justiça Eleitoral para o município e áreas próximas (Larissa Durães)
A Justiça Eleitoral de Montes Claros iniciou, na última segunda-feira (23), o processo de carga, teste e lacração das urnas de votação e de contingência, que também atenderão alguns municípios vizinhos. Além da preparação das urnas de lona, novas mídias poderão ser geradas, se necessário. O procedimento, que se estenderá até 27 de setembro, contempla a preparação de 282 urnas de seção e 15 urnas de contingência, destinadas a substituir as principais em caso de falhas, como já aconteceu em eleições anteriores.
Rosana de Fátima Porto, técnica judiciária da 184ª zona eleitoral, explicou o processo de inserção de dados nas urnas. “Utilizamos uma mídia de votação, conhecida como ‘flash’, que sincroniza os dados com a memória interna da urna. Após a carga dos dados, uma segunda mídia, responsável pela gravação dos resultados, é inserida e permanecerá na urna até o fim da eleição. Essa segunda mídia é crucial para o armazenamento dos votos e será utilizada na contagem final”, detalhou.
Ela destacou que, após a inserção dos dados, as urnas são lacradas com selos especiais que evidenciam qualquer tentativa de violação. “Esses lacres são exclusivos e qualquer rompimento deixaria marcas visíveis”, garantiu. Porto também afirmou que as urnas ficam sob segurança rigorosa até serem entregues às autoridades no dia da eleição. “Além disso, há um sistema de verificação por meio de uma mídia de teste, inserida próximo ao dia da votação, garantindo a integridade do processo.”
Mesmo em casos de troca de urnas, os votos já registrados são preservados, por ficarem gravados na mídia de votação. “Se uma urna apresentar defeito, as mídias são transferidas para a urna de contingência, garantindo que os votos já computados não se percam”, explicou Rosana. Em situações de danos irreversíveis, como um incêndio, a Justiça Eleitoral decide os procedimentos a serem seguidos.
Ela reforçou que os problemas mais comuns são relacionados ao software, mas não afetam a contagem dos votos, já que as urnas funcionam isoladamente, sem conexão com a internet. “Cada urna gera um ‘extrato de carga’, que é assinado e anexado à ata da junta eleitoral. Esses dados são enviados ao TRE, que monitora as urnas e identifica qualquer anomalia”, destacou.
ORGANIZAÇÃO
Sirleide Maria Lacerda Dantas Caires, chefe de cartório da zona 317 de Montes Claros, informou que o processo de carga das urnas eletrônicas da cidade começou com a inserção dos dados dos eleitores e candidatos, preparando as urnas para o pleito do dia 6 de outubro. “Essas urnas permanecerão em Montes Claros, onde serão utilizadas nas eleições. Já definimos os locais de votação e os eleitores estão devidamente associados a cada urna”, explicou. A Zona 317 abrange áreas como o Colégio Marista São José, Filomeno Ribeiro, Benjamin Constant, Santa Terezinha, Escola Estadual Maria de Lourdes, Vila Regina e Alto São João, totalizando 69 locais de votação. “Ao todo, estamos preparando 349 urnas para a Zona 317, que é uma das três zonas eleitorais de Montes Claros”, completou.