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Segunda-Feira,15 de Setembro

The brothers Guedes: o dilema

Dependesse de decisão unilateral do deputado estadual Paulo Guedes (PT), o prefeito de Manga, Anastácio Guedes (PT), desistiria de disputar a reeleição em nome de projeto futuro

Jornal O Norte
Publicado em 10/05/2016 às 07:00.Atualizado em 15/11/2021 às 16:00.

Por Luiz Cláudio Guedes


Dependesse de decisão unilateral do deputado estadual Paulo Guedes (PT), o prefeito de Manga, Anastácio Guedes (PT), desistiria de disputar a reeleição em nome de projeto futuro. O deputado, no entanto, entende que não tem o direito de interferir na decisão do irmão-prefeito e que caberá somente a ele, no âmbito do foro íntimo, abrir mão da prerrogativa legal de buscar um segundo mandato.

Quais são os motivos para a cautela do deputado? Não são somente as pesquisas para consumo interno que recomendam prudência (despeito da administração mediana que realiza, Anastácio não lidera a corrida sucessória no), mas o atual contexto da vida política nacional. Paulo Guedes avalia que ser prefeito tornou-se tarefa inglória nesses tempos de cofres vazios e escalada crescente das demandas para as administrações municipais.

Sem recursos para cumprir as promessas mínimas de campanha, o desgaste dos prefeitos torna-se quase inevitável. Situação agravada quase sempre por conta do engessamento da legislação e as quase inevitáveis dificuldades com o Judiciário.

- Qualquer promotor recém-saído da faculdade manda mais que um prefeito que passou a vida inteira na militância política. Muitos prefeitos investiram boa parte de suas vidas na missão de ser um agente público, mas quando ganham a eleição ficam de braços atados por causa da baixa arrecadação e a cruzada quase desumana do Ministério Público - argumenta.

O deputado busca no Livro do Eclesiastes as razões para a prudência: há tempo para plantar e há tempo para colher. O irmão Anastácio poderia centrar forças durante esse que resta de mandato para consolidar as obras da sua gestão e passar a bola para adiante. A tese envolve adiantar no que for possível a urbanização do Parque Uirapuru, que tem potencial para ser o cartão postal da cidade, a pavimentação da Avenida Ayrton Senna e Bairro Arvoredo, além de atuar para o término das obras federais em curso no município – casos das escolas técnica e federal e a segunda unidade da creche do programa Pró-Infância.

A saída de cena de Anastácio agora seria uma aposta no futuro. Ele deixaria um bom acervo de realização para ser comparadas com os feitos do seu sucessor daqui a quatro anos. Aposta arriscada, é bem verdade, porque o país sempre pode sair dessa enrascada em que Lula e Dilma Rousseff deixam como legado. Bastaria alguma competência do próximo presidente e um lance de sorte que incluiria a melhora desse ambiente negativo que ronda o mundo desde a crise financeira de 2008 – aquela que Lula irresponsavelmente tratou como marolinha, além de não ter tomado os cuidados necessários enquanto ainda dava tempo para evitar que o Brasil quebrasse.

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