Vinícius Brangoh
Correspondente em BH
Na última quarta-feira,30.09, foi discutida a questão da fiscalização de veículos em Minas Gerais, durante audiência pública da Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. O requerimento que deu origem à audiência foi de autoria do deputado Ruy Muniz (líder DEM), que também presidiu a comissão. O deputado iniciou as atividades dando as boas vindas aos convidados e propôs a exibição de algumas matérias jornalisticas que mostravam acidentes de transito. Uma das reportagem se referia ao trágico acidente que culminou na morte de dois estudantes na porta do CEFET, na avenida Amazonas, em Belo Horizonte. O acidente decorreu de um caminhão desenfreado que apresentava péssimas condições de uso, com pneus carecas e documentação irregular. A serie de matérias demonstradas no telão do Plenarinho, sensibilizaram os presentes antes de dar inicio ao debate.
(fotos: WILLIAN DIAS)
Comissão de Transporte, Comunicação e Obras públicas debate os critérios adotados para a fiscalização de veículos no estado: deputados Ruy Muniz e Doutor Ronaldo.
O primeiro convidado a ser ouvido foi o Superintendente Regional da Polícia Rodoviária Federal em Minas Gerais, Waltair Vasconcelos Sobrinho, que começou sua declaração dizendo: “Não temos condições de fazer a fiscalização de 100% dos veículos que circulam nas cidades”, para ele a inspeção veicular, solução proposta para retirar os carros irregulares de circulação, deveria ser terceirizada. O superintendente afirmou ainda que nas rodovias a fiscalização ocorre com mais facilidade do que dentro da cidade. O Tenente-Coronel da Polícia Militar, Adilson Prado, reconheceu que a situação é muito ruim e disse que a PM está buscando uma conexão com o Detran para ter mais liberdade de ação em todos os municípios do Estado. Adilson lembrou ainda que a inspeção veicular já existe, mas apenas no papel, “Cabe ao Detran definir como será realizada essa inspeção”, afirmou o tenente. Outro representante dos órgãos públicos presente na comissão foi Marcos Antônio Oliveira, gerente da Gerência de Operação da Área Central da BH
Trans, que lembrou o fato de haver uma frota superior a 1milhão de veículos em BH, com um crescimento de 5% ao ano desse contingente. O gerente afirmou que o foco das ações da BHTrans têm sido na redução da velocidade no trânsito, e que a fiscalização deve ocorrer de forma conjunta entre todos os responsáveis pelo trafego na capital.
Marcos Antônio de Oliveira (gerente de operação da área central da BHTrans), Guilherme Durães (presidente da Ammetra), Adilson Prado (assessor de trânsito da PMMG), Ronaldo de Assis Carvalho (gerente de fiscalização do DER), Carlos Antônio Azevedo (auxiliar administrativo do DER), deputados Ruy Muniz e Doutor Ronaldo.
“Quanto custa uma vida?”, foi esse o questionamento do Doutor Guilherme Durães, presidente da Associação Mineira de Medicina do Trafego, ao iniciar seu posicionamento no debate. O médico se mostrou muito preocupado com a situação dos acidentes de trânsito que têm assolado Minas Gerais. Ele aponta que Belo Horizonte é a capital, Minas Gerais é o estado e o Brasil é o país que, respectivamente, são os campeões de acidentes de transito em comparação com mesmas instancias no país e no mundo. O número de pessoas que morrem em acidentes cria a necessidade de ações que trabalhem diretamente contra “o álcool, a imprudência, e o mal estado de veículos” que formam um “pacotão, que deve ser combatido como um todo, não adianta apenas a inspeção, que já está sendo difícil de conseguir”, segundo o Dr. Guilherme.
A comissão levara as proposições discutidas para análise e formulação de projetos de lei que visem uma alteração do quadro caótico que foi apresentado ali. A inspeção veicular será focada como preceito básico para as ações dos órgãos de tráfego e o debate promete voltar à casa legislativa para novas apreciações. Mas, foi constado que a matéria do debate, a fiscalização de veículos, é apenas uma das pontas do problema de transito que perdura em Minas Gerais e que o primeiro passo foi dado para solucionar esses problemas.