Sistema prisional terá atenção especial, diz novo secretário

ENTREVISTA: Mário Lúcio Alves de Araújo - Secretário de Estado de Segurança Pública

Márcia Vieira
Publicado em 04/01/2019 às 06:27.Atualizado em 05/09/2021 às 15:52.
 (DIVULGAÇÃO)
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Escolhido pelo governador, Romeu Zema (Novo), para comandar a Secretaria de Segurança Pública de Minas Gerais, o montes-clarense Mário Lúcio Alves de Araújo, general da Reserva, já empossado, realizou nesta semana a primeira reunião com as forças de segurança do Estado.

Nesta entrevista exclusiva a O NORTE, o general disse estar otimista com o ambiente de mudanças proposto pelo governador. Dentre as principais orientações está a gestão itinerante, para identificar a demanda de cada região do Estado, e o direcionamento de todo o efetivo da área para o setor operacional.

Gestão da segurança será itinerante, para levantar demandas de cada região do Estado


Como o senhor foi recebido e qual ambiente encontrou ao assumir a secretaria?
Meu papel é o de realizar interlocução entre os diversos órgãos de segurança e sistema prisional em nome do governador do Estado. Fui muito bem recebido por parte das corporações. O pessoal está bastante aderente e temos uma oportunidade de realizar um grande trabalho. Os desafios são enormes: gestão financeira, pendência do 13º do funcionalismo, mas tudo está sendo estudado e será informado.
 
Qual foi a tônica desta primeira reunião?
A reunião de coordenação envolveu todos os segmentos e foi para marcar diretrizes e estreitar o relacionamento entre os novos chefes e comandantes, além de estabelecer formas de controle, aliado a outras questões. Aproveitei para falar sobre critérios de promoção, enfatizar em cima do mérito, privilegiando a segurança, condutas pessoal e profissional ilibadas. Isso precisa ser modelo de conduta para as diversas promoções, no sentido de blindar as corporações de influências laterais. Vamos aumentar o nosso estado de prontidão com foco na segurança a ser proporcionada para a população.
 
Algo para ser aproveitado do governo anterior?
Vamos ter um discurso de austeridade e práticas de austeridade. Buscar a eficiência, eficácia e efetividade nas nossas ações. Vamos preservar tudo que deu certo no governo anterior e acrescentar, trabalhando nas áreas que precisam de energia. Priorizar o exercício funcional dos efetivos, colocar todo mundo na rua, nas operações, e ter a atividade meio o mínimo necessário. Trabalhar em cima de projetos, processos, visando a prospecção e aplicação dos recursos públicos, integração dos diversos sistemas, melhoria do sistema de inteligência, integrar as capacidades em todos os níveis, particularmente entre as polícias Militar e Civil que já têm um processo de integração.
 
O sistema prisional vive um momento delicado. Como o senhor pretende tratar as deficiências do setor?
A própria secretaria está passando por uma reformulação no sentido de criar a Secretaria de Segurança Pública abrangendo todas as estruturas de segurança e o sistema prisional na parte de prevenção e de administração prisional. O sistema prisional vai merecer especial atenção de minha parte e vou dedicar boa parte do mês de janeiro conhecendo os principais problemas e visando a melhoria contígua. Para o sistema prisional não existe solução mágica, não existe frase de efeito, o que nós estamos defendendo são soluções a médio e longo prazo, melhorando a parte da doutrina, das organizações, do material que o pessoal utiliza, da capacitação dos diversos agentes em todos os níveis, de uma política de pessoal voltada para os agentes penitenciários e na melhoria contínua da infraestrutura. Existem ações a serem implementadas no sentido de melhoramos a cada dia. O desafio é muito grande, mas já temos que trabalhar nessa melhoria.
 
O que o senhor traz da experiência militar para este governo?
Com a minha experiência de 42 anos no Exército Brasileiro, vamos primar pelo cumprimento da lei e ambiente organizado, preservando o princípio da autoridade no exercício funcional de cada órgão. É isso que nós precisamos, e também levar muita atenção a todas as estruturas, notadamente na capacitação das pessoas para o seu exercício profissional.
 
Ter origem militar vai facilitar o diálogo com o governo federal, já que o atual presidente e muitos dos que compõem o governo tem essa mesma origem?
Eu não diria que é por ser militar. O que existe é uma relação de confiança já estabelecida entre estes novos atores. O general Theophilo (Secretaria Nacional de Segurança Pública) foi meu parceiro no Exército em várias ocasiões. O general Santos Cruz (Secretaria de Governo), general Floriano Peixoto (Secretaria Geral da Presidência), general Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), general Carbonel, general Campos, enfim, tem a facilidade de ligação, mas isso não vai influenciar em prioridades. Pelo contrário. Todos os estados da Federação vão ter a mesma prioridade em função das suas necessidades. Apenas facilita o contato em função de uma relação já construída. Eles já me conhecem, sabem do meu compromisso com valores que nós aprendemos a cultuar desde a nossa formação, como a verdade, a responsabilidade, a lealdade, a probidade e o sentido maior de defesa da nossa pátria.
 
Sobre Montes Claros, alguma perspectiva, já que além de ter nascido aqui, a cidade é a maior do Norte de Minas?
É pretensão nossa, desde o governador ate a minha intenção pessoal, fazermos uma gestão itinerante, indo até os locais com os secretários e fazer essa gestão na ponta da linha, com a presença física. Dentro da integração das estruturas, é ideia nossa aperfeiçoar a integração, revitalizar, criar modelos de solução. Sugeri que começasse por Montes Claros. Experimentando no Norte de Minas e bem-sucedidos, multiplicar isso, replicar nas demais áreas de Minas Gerais. É muito importante levar essa energia, ouvir os problemas regionais e dar a nossa contribuição. É muito trabalho e pouca pompa. Essa é que é a proposta e até uma característica do governador pela pessoa simples que é. Então, estou muito à vontade para trabalhar no governo porque entendi a mensagem de forma muito clara, e acho que nós teremos em pouco tempo muitos bons resultados.
 
Qual a mensagem que o senhor deixa para os norte-mineiros?
A mensagem é muito positiva. É a primeira repórter com quem eu falo depois de assumir a função. As notícias são muito boas, senti um ambiente muito positivo, de muito trabalho, de muita motivação para melhorar a nossa prestação de contas com a população. O Brasil está passando por uma grande mudança e nós queremos participar dessa mudança em benefício da nossa população, e junto com a segurança vem a educação, saúde e infraestrutura. Estes são os quatro pilares do governo Romeu Zema. Vamos transformar o discurso em coisas práticas. O mais importante agora é olhar para a população. Estou muito feliz de dar a minha contribuição como cidadão brasileiro, mineiro e montes-clarense.

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