Márcia Vieira
Repórter
O show da Banda Paralamas do Sucesso que aconteceria no último fim de semana em Montes Claros, dentro do Norte Music Festival, foi cancelado duas horas antes de a banda subir ao palco. Os organizadores foram a público denunciar procedimento arbitrário do Escritório Central de Arrecadação de Direitos Autorais (Ecad), que minutos antes do evento esteve no local e “ordenou” que os portões fossem fechados por falta de pagamento à instituição.
Marcelo Souza, um dos produtores do evento, em contato com O NORTE, denunciou que desde quando anunciou o show foram diversas as tentativas para impedir a realização do evento. Os produtores estariam “sofrendo interferência de diretora de rádio ligada ao prefeito”, que, usando influência política, teria procurado patrocinadores e parceiros para que eles desistissem de apoiar o evento. O produtor ainda revela que quando esteve na prefeitura municipal para pagar o recolhimento e receber o alvará, um funcionário teria dificultado e se negado a conceder o documento, atendendo a determinação “que veio do 3 ° andar”. O documento só foi liberado após interferência de um outro servidor, que seguiu os trâmites legais. O setor de fiscalização da prefeitura não soube responder sobre a atitude do servidor. “Apesar dos pesares, conseguimos realizar o show de Nando Reis. No sábado fomos surpreendidos com esta atitude inédita do Ecad”, disse Marcelo. O valor negociado seria de RS 14 mil e o boleto seria pago na segunda-feira, o que é legal, de acordo com o Ecad. “O representante do Ecad, que sumiu durante todo o dia e evitou os nossos contatos, apareceu na última hora dando 15 minutos para chegarmos ao local do evento”, afirma Marcelo. “Assessores do prefeito foram os primeiros a entrar na rede e denegrir a imagem dos produtores. Até parece que sabiam antes de acontecer”, disse C. A., fã da banda que foi ao hotel para tirar fotos com os músicos. Marcelo entrou com representação contra pessoa “ligada ao prefeito” que teria boicotado o evento. Em nota, o escritório do órgão, no RJ, afirmou que “o Ecad não tem autonomia e poder para paralisar shows”.
O representante local não foi encontrado pela reportagem.