Reajuste tenta repor perdas
salariais a partir de 2005,
contra uma defasagem
que já é de 70%
Eduardo Brasil
Repórter
www.onorte.net/eduardobrasil
O presidente do Sindicato dos servidores municipais de Montes Claros, Walmore Edi - PT rechaça as críticas de que a entidade não está mobilizada como deveria para exigir e sustentar as reivindicações da categoria, frente ao executivo, que promovam pelo menos a reposição de parte das suas perdas salariais como resultado das negociações atendendo à data-base.
Walmore descarta comodismo no sindicato:
- Estamos lutando por um reajuste maior
(foto: arquivo/ Wilson Medeiros)
A O Norte, durante manifestações do Primeiro de Maio, organizadas pelo PCdoB e CUT – Central Única dos Trabalhadores, na Praça da Matriz, ele garantiu que as negociações continuam em curso, ainda que o período para sua conclusão tenha expirado – em Montes Claros, a data-base dos servidores municipais, para negociações salariais e de condições de trabalho é de 1° a 30 de abril.
- A data-base, até mesmo pela lentidão dos negociadores foi prorrogada e já nesta sexta-feira (4) teremos uma nova rodada de negociações. O sindicato tem feito a sua parte – acrescenta Walmore Edi.
Ele reitera que o sindicato tem estreitado relações com os servidores, comunicando os avanços das negociações junto à prefeitura e se posicionando por um reajuste ainda maior que o que a categoria está pleiteando.
- O reajuste proposto pela categoria não atende às suas necessidades – disse.
REAJUSTE PEQUENO
Segundo ele, o percentual de reajuste proposto pelos servidores é de apenas 19,75%, para reposição das perdas salariais dos últimos dois anos, observando toda a inflação do período, contra uma perda salarial histórica que chega aos 70% nos últimos seis anos.
- Acho esse percentual um absurdo, considerando que em 2005 não houve nenhuma correção, e que em 2006 houve apenas uma antecipação de 3,5% como reajuste salarial – diz o sindicalista, salientando que a entidade já solicitou ao executivo que coloque uma parcela maior no reajuste para amortizar as perdas anteriores, de outras administrações.
Ainda de acordo com Walmore Edi, o sindicato tem procurado, junto ao Compac, grupo criado pela reforma administrativa para conduzir as negociações com o sindicato, formado, entre outros, pelos secretários da Fazenda, da Administração e por diretores do Prevmoc, instituto municipal de previdência, apresentar também sugestões para que o reajuste seja maior.
- A primeira sugestão é uma distribuição correta dos recursos públicos – adianta.
DISTRIBUIÇÃO CORRETA
Walmore Edi diz que jamais viu uma administração dizer que tem dinheiro para o trabalhador municipal e que esse argumento é resultado da falta de priorização dos investimentos públicos.
- Precisa haver uma distribuição de recursos públicos até para atender aos servidores municipais. Enquanto essa distribuição correta não ocorrer, continuaremos enfrentando problemas que a cada momento agravam ainda mais a situação financeira do município.
Um dos problemas, segundo ele, seria a não realização de concursos públicos pela prefeitura, o que acaba onerando os cofres municipais com o grande número de pessoas contratadas.
- Sem concurso, as pessoas contratadas, e aqui não vai nada contra esses trabalhadores, obrigam o município a passar para o INSS 21% de encargos sociais. Uma vez efetivos esses trabalhadores, os recursos seriam colocados não no INSS, mas, sim, no Prevmoc e, aí, nesse caso, o encargo social é reduzido para 11%, de acordo com a lei – ressalta, observando que, com essa economia o município poderia pagar os qüinqüênios atrasados.
PREVMOC
O presidente do sindicato lista ainda a questão do pagamento de dívidas herdadas pela atual administração, alusivas ao instituto municipal de previdência social. Para ele, ao tentar regularizar a autarquia, honrando compromissos de governos que o antecederam, o prefeito Athos Avelino – PPS acabou penalizando o trabalhador da prefeitura.
- Veja bem: dos 15,54% dos recursos utilizados para pagar dívidas do Prevmoc, entendemos que 4,54% são dos trabalhadores da prefeitura. Ou seja, as dívidas estão sendo pagas com dinheiro do nosso bolso.
Segundo Walmore Edi, todas essas colocações foram levadas ao executivo. A idéia é de que ele as estude antes de tomar uma decisão sobre o percentual do reajuste salarial aos servidores municipais.