O secretário de Saúde, Júnior Souto retrucou a vereadora Fátima Pereira negando que tenha participado de qualquer articulação na calada da noite, com o Conselho de secretários municipais de Saúde, para a tomada de medidas que pudessem ser prejudiciais ao atendimento médico gratuito à população pelo SUS – Sistema Único de Saúde, ao apoiar a divisão de recursos do Pró-Hosp destinados aos hospitais públicos de Montes Claros para beneficiar o Hospital São Lucas, da iniciativa privada.
Secretário de Saúde, Júnior Souto: - A divisão dos recursos foi decisão de um colegiado, com representantes inclusive do Pró-Hosp (foto: Wilson Medeiros)
- A vereadora está enganada ao dizer que participei de articulações de medidas em caladas da noite. Jamais fui suspeito de qualquer procedimento desse tipo. Sou transparente em meus atos. Mas, entendo a vereadora, porque sei que nem todos o são, transparentes – atacou Júnior Souto.
PLENÁRIA
Segundo o secretário de Saúde – que se reuniria com Fátima Pereira nesta quinta-feira, a decisão de dividir os recursos do Pró-Hosp não teria partido dele, embora a medida tenha recebido seu apoio. Ainda durante a solenidade de posse, ele teria sido convidado para participar de reunião que transcorria naquele momento tratando do assunto.
- Fui chamado para uma reunião, com a participação dos representantes das entidades a serem beneficiadas, incluindo representantes do Pró-Hosp, quando a decisão pela divisão foi tomada por uma plenária, da qual só estava ausente o representante do Hospital Aroldo Tourinho. Nada foi feito sem as prévias consultas que a questão exigia.
APOIO
Ainda de acordo com Júnior Souto, a divisão das verbas do estado seria uma maneira de apoiar e reconhecer o importante processo de transformação do Hospital São Lucas em uma fundação - e que se arrasta há mais de dois anos.
A transformação, precedida do título de entidade de utilidade pública conseguido pelo hospital, segundo o secretário de Saúde, foi aprovada pelo Conselho municipal de Saúde e pela CIB (Comissão de intergestores bipartites). O processo de inclusão do São Lucas, na divisão dos recursos, portanto, acrescenta, teria sido processual, decidido por um colegiado que envolve duas dezenas de pessoas.
- Há ainda o fato de o hospital já ter solicitado, anteriormente, fazer parte do Pró-Hosp.
DIVISÃO
Júnior Souto frisa que a proposta de dividir os recursos considerou, ainda, outros critérios importantes - como o aumento dos repasses do governo.
- Que passaram a ser de 50%, contra os 40% anteriores, e sua aplicação exclusiva na solução de problemas de vigilância sanitária enfrentadas pelas entidades prestadoras de serviço.
Ainda segundo o secretário, teria também o critério de produção, com parte do dinheiro sendo investido no custeio das atividades dos hospitais, na produção ambulatorial e na área de autorização de internações hospitalares para atendimento de alta complexidade.