Eduardo Brasil
Repórter
Na primeira reunião ordinária da câmara municipal de Montes Claros, nesta terça-feira 5, o vereador Ildeu Maia – PP fez um veemente apelo à administração municipal para que se empenhe no sentido de conseguir do governo mineiro a prorrogação do estado de emergência no município, face às conseqüências da longa estiagem do ano passado. Segundo ele, a região já está enfrentando graves problemas, como a falta de água até para consumo humano.
Conseqüências da seca já são sentidas em várias
comunidades rurais do município (foto: XU MEDEIROS)
- Na comunidade de Ulisses, por exemplo, perto da comunidade de Ermidinha, está faltando água para o povo beber. O abastecimento está sendo feito de forma precária por um caminhão-pipa. Um só. Tem uma semana que o caminhão não aparece por lá. E essa situação se repete em diversas outras comunidades rurais – acentua o parlamentar.
Ele justifica o seu pedido para prorrogação do estado de emergência até mesmo para que possam ser realizados pequenos atendimentos à população flagelada, como a instalação de uma simples caixa d’água na comunidade de Ulisses.
- Mas, veja só, a caixa d’água só pode ser instalada se o município estiver em estado de emergência – critica Ildeu Maia, lembrando que a vigência do período excepcional venceu no dia 26 de julho.
- A Codevasf bem que luta para liberar a caixa, mas não pode fazê-lo sem que o estado de emergência esteja vigorando novamente. A prefeitura não pode atrasar nas gestões para conseguir o benefício de volta, ainda que ele seja paliativo.
MEDIDAS PALIATIVAS
De acordo com Ildeu Maia, a zona rural de Montes Claros já está praticamente tomada pelos problemas advindos da seca de 2007.
- Já temos muitas famílias sofrendo essas conseqüências e elas estão se sentindo abandonadas. E com razão, já que as medidas emergenciais tomadas até agora não conseguiram mudar a situação que enfrentam. É de calamidade.
Um quadro que, de acordo com ele, piora ainda mais com a desilusão que aumenta entre os pequenos produtores de que os problemas persistirão e que não há alternativa que não seja a de abandonar o campo e tentar a sorte na cidade.
- As medidas que os governos municipal, estadual e federal tomam são por demais insignificantes diante do tamanho dos problemas que os produtores enfrentam – completa Ildeu Maia, observando que as ações governamentais resolvem alguns problemas de forma paliativa, mas que eles retornam, na maioria das vezes de maneira ainda mais danosa.
- Enquanto isso, o homem do campo vai abandonando o seu meio-ambiente para viver, muitas vezes, em situação ainda pior na cidade. Precisamos de medidas mais eficazes de combate aos efeitos da seca – encerra o vereador, afirmando que levaria o apelo pessoalmente ao executivo municipal e que manterá contatos com os deputados da bancada do Norte para que a reivindicação seja acatada pelo governador Aécio Neves.