Saraiva diz não acreditar que direção nacional vá pedir sua desfiliação do PMDB

Jornal O Norte
15/07/2005 às 20:21.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:48

Da Agência Minas

BELO HORIZONTE - Na manhã de ontem, sexta-feira, o ministro da Saúde, Saraiva Felipe, acompanhado da bancada estadual do PMDB, os deputados Adalclever Lopes, Antônio Júlio, Ivair Nogueira e Leonardo Quintão, visitou o governador Aécio Neves, que estava acompanhado do secretário de estado da Saúde, Marcus Pestana, que é o presidente do Conselho nacional dos secretários de saúde.

- Foi uma visita de protocolar de cortesia, coisa da tradição mineira. O governador do estado é uma referência política fundamental e nós fizemos esta primeira visita. Obviamente que teremos outros contatos, uma relação de trabalho, de parceria do ministério com o estado de Minas Gerais, mas hoje foi só uma visita de cortesia – disse Saraiva.

- E vocês não trataram de política não?


- Não. Conversamos sobre o quadro geral. A necessidade de superarmos essa perplexidade, essa paralisia no congresso. Apesar de estar num campo político diferente do campo do presidente Lula, e até porque Minas tem essa tradição de ser o ponto de equilíbrio do país, ele reconhece que nós precisamos superar essa situação de perplexidade que paralisa o poder legislativo e, de certa forma, interfere no bom andamento do poder executivo.

- O senhor falou de parceria com Minas na área da saúde. Dá para adiantar alguma coisa?


- Não, isso foi genérico. Eu vou, inclusive, ter um encontro com o secretário Pestana. Nós nos encontraremos na secretaria de Saúde para discutir os problemas de saúde que existem em todos os estados do Brasil. É claro que eu estou há poucos dias à frente do ministério, mas estou preocupado com crise no Rio de Janeiro, problemas em Minas Gerais, mas vamos ver o que a gente consegue fazer fortalecendo o espírito do SUS, que é o trabalho conjunto com estados e municípios.

- Ministro, esse início da reforma ministerial, essas mudanças no Partido dos Trabalhadores, o senhor acha que vai dar um novo fôlego para o governo federal?


- Acredito. Com certeza o governo vai ganhar mais força no congresso e mais condições de governabilidade de maneira geral.

- Com relação à suspensão das portarias.


- Hoje foi publicada a suspensão das portarias, sobretudo daquelas que implicavam em impacto financeiro muito forte e que poderiam prejudicar a minha governabilidade na área orçamentária e financeira do ministério. É uma suspensão provisória, porque nós vamos analisar cada uma, inclusive discutindo com os parceiros do SUS, que são os secretários estaduais e municipais.

- E a situação do senhor no PMDB? O senhor acredita que possa haver a desfiliação?


- Não acredito. Eu sou o secretário-geral nacional do partido, licenciado porque o estatuto do partido prevê que quando um membro da executiva ocupa cargo no poder executivo, ele tem de pedir licenciamento. É o que está acontecendo hoje. Eu estou pedindo licença da presidência (estadual) do PMDB enquanto ocupar o cargo de ministro de estado da Saúde e passando a presidência para o 1º vice-presidente da executiva, que é o deputado federal Fernando Diniz.

- O senhor acredita que a cúpula do PMDB vai pedir a desfiliação do senhor e do ministro Hélio Costa?


- Não. Eu acredito que eu vou permanecer num partido que, quando eu entrei, ainda se chamava MDB. Eu tenho quase 30 anos de partido e acho que vou permanecer no partido.

- A orientação do partido era para que membros do PMDB deixassem o governo federal.


- Aquele era um outro contexto, uma outra situação. A situação agora é de ajudar o presidente Lula a superar os problemas que o país está atravessando.

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