Por Luis Cláudio Guedes
Foto: Divulgação![]() O deputado Tadeu Martins assumiu, na semana passada, a vice-presidência da Comissão de Constituição e Justiça |
Com o fim antecipado do governo Dilma Rousseff, as prefeituras e estados em mãos de petistas, como é o caso de São Paulo e Minas Gerais, respectivamente, podem ter que abrir espaço em suas estruturas para acomodar a companheirada demitida do governo federal. E olha que o contingente não é pequeno após 13 anos de poder.
Nos bastidores da política mineira comenta-se que a decisão do governador Fernando Pimentel em pedir o retorno para a Assembleia Legislativa de Minas Gerais dos secretários-deputados Paulo Guedes (Desenvolvimento das Regiões Norte e Nordeste de Minas) e Tadeu Martins Leite (Desenvolvimento Regional, Política Urbana e Gestão Metropolitana), além de André Quintão (Trabalho e Desenvolvimento Social), há pouco mais de uma semana, já era uma antecipação dessa demanda.
Por enquanto, as antigas secretárias-executivas Juliana Pacheco (Sedinor) e Izabel Cristina Chiodi de Freitas (Sedru), seguem no comando, respectivamente, das pastas ocupadas por Guedes e Tadeu Martins. A previsão inicial era de que os dois parlamentares norte-mineiros voltariam às suas funções dentro de 60 dias, mas o deputado Tadeu Martins, por exemplo, assumiu na semana passada, a vice-presidência da Comissão de Constituição e Justiça - o que indica permanência mais duradoura do que aquela anunciada.
Oficialmente, Paulo Guedes (PT) e Tadeu Martins (PMDB) voltaram à Assembleia para ajudar na formação do quórum necessário para aprovar o projeto de reforma administrativa que o governador Fernando Pimentel enviou àquela Casa. Houve ainda a versão de que o retorno da dupla de aliados norte-mineiros seria para ajudar a barrar eventual pedido de impeachment do governador Pimentel, tese que perde força com o fato real de que o petista ainda não enfrente nenhum pedido de afastamento com maior consistência.
Noutra hipótese, a saída de Guedes e Tadeu das suas respectivas pastas seria parte de pré-acordo para a disputa da sucessão municipal em Montes Claros. Como o prazo de desincompatibilização dos secretários estaduais ainda não expirou, o que só acontece em três semanas, tese que também não vingou.
Procurado pela reportagem, Paulo Guedes nega a existência de movimento para acomodar petistas auxiliares da presidente afastada no governo de Minas.
- Nós só tínhamos lá o Ministério Desenvolvimento Agrário, do Patrus Ananias, que mantinha estrutura muito enxuta - explica o petista, que diz desconhecer qualquer intenção do governador Pimentel em mexer novamente no secretariado. (www.luisclaudioguedes.com.br)