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Domingo,18 de Maio

Revolta contra o ponto eletrônico

Vereadores alertam que a exigência do registro pelos profissionais da saúde poderá comprometer assistência

Márcia Vieira
Publicado em 07/02/2019 às 06:46.Atualizado em 05/09/2021 às 16:26.

O ponto eletrônico, que começou a ser implantado nas unidades de saúde de Montes Claros, gera reações contrárias entre servidores e vereadores. A previsão é a de que até o próximo dia 11 o sistema esteja 100% implantado e em funcionamento.

Durante toda a semana, parlamentares subiram à tribuna para questionar a necessidade do equipamento que, para eles, poderá prejudicar o atendimento aos pacientes.

“O profissional está fazendo um curativo, por exemplo, e deixa a ferida aberta porque deu o horário de ir embora? Isso é falta de respeito com a população que é atendida pelos profissionais”, considerou o vereador Idelfonso Araújo, que é profissional da área de saúde.

Um dos primeiros a criticar a atitude do prefeito Humberto Souto, que determinou a implantação do ponto, o vereador Marlon Xavier (PTC) disse que ninguém quer que as pessoas deixem de trabalhar, porém a atividade médica é diferente de outras.

“Você não pode bater o ponto e ir embora se tem uma criança com febre, um paciente com cólica renal ou amigdalite. Se tem um paciente acamado e você deixa de atender, isso é omissão. O ponto não é ilegal, não é imoral, mas é indevido”, reclama o vereador Marlon Xavier.

De acordo com o parlamentar, uma orientação deveria partir da secretária responsável pela pasta. “O secretário serve também para mostrar ao prefeito que existem questões técnicas, legais e que na prática devem ser observadas para que se tenha um bom andamento do serviço e não se prejudique o usuário, que é o principal alvo”, salientou.

A secretária municipal de Saúde, Dulce Pimenta Gonçalves, estava em viagem. Um funcionário disse que o sistema está em fase de implantação e que a medida tende a beneficiar a própria população.

De acordo com o funcionário, a implantação do ponto obedece à legislação brasileira e vai funcionar em respeito à população que paga o salário do profissional”.

“O que a prefeitura quer é regulamentar. São quase três mil servidores da saúde. Em casos excepcionais, será informada, por meio de um boletim, a razão pela qual o funcionário não pôde bater o ponto na área. São casos diferentes, mas ninguém vai ficar sem o atendimento ou tê-lo interrompido”, garantiu.

A cidade conta com cerca de 90 unidades de saúde e 136 equipes de atendimento. O ponto valerá para todas, à exceção dos médicos especialistas que cumprem uma carga horária diferenciada, a chamada “agenda de consultas”.

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