O Brasil deve retomar o crescimento de forma gradual em 2017, afirmaram ontem economistas do Fundo Monetário Internacional (FMI) após concluírem uma missão ao Brasil, em que se reuniram com o governo brasileiro. Para a retomada, alertam que o ajuste fiscal é essencial.
A previsão do Fundo para o Produto Interno Bruto (o PIB do Brasil que consta no relatório desta quinta-feira é de expansão de 0,5% em 2017, mesmo número estimado pelos economistas da instituição em julho, quando o FMI divulgou um relatório de atualização de projeções). Para o FMI, há “sinais preliminares” de que a recessão no País está próxima do fim, mas a previsão de retomada em 2017 vai depender da aprovação no Congresso e implementação da proposta de emenda à Constituição que limita o crescimento dos gastos públicos, da reforma da Previdência e que o governo atinja as metas fiscais neste ano e no próximo.
PIB ENCOLHIDO EM 2016
Para todo o ano de 2016, a previsão do Fundo é que o PIB brasileiro encolha 3,3%. Uma recuperação mais rápida da economia, na avaliação do FMI, é impedida por alguns fatores, como o alto endividamento das famílias, excesso de passivos das empresas e alto desemprego. Para o FMI, a forte recessão brasileira é explicada por uma série de motivos, entre eles corrupção na Petrobras, a crise política, aumento de tarifas de energia elétrica e condições financeiras mais duras. Além disso, as taxas de juros persistentemente altas contribuíram para a piora da dinâmica da dívida pública, encerra o relatório do FMI.