Eduardo Brasil
Repórter
Em pronunciamento da tribuna da câmara municipal, o vereador Guila Ramos – PR cobrou empenho da prefeitura de Montes Claros para que interceda, junto ao governo de Minas Gerais, no sentido de que seja resolvido o problema que envolve quarenta e sete produtores rurais que tiveram suas terras desapropriadas pelo Estado para a criação do Parque estadual da Lapa Grande – e que até agora não receberam o pagamento referente às indenizações.
A prefeitura, segundo o parlamentar, não pode recuar da responsabilidade que tem no processo de desapropriação, uma vez que ele foi concluído com a participação efetiva da secretaria municipal de Meio Ambiente.
- A secretaria de Meio Ambiente de Montes Claros atuou diretamente no processo dos estudos para a relação das terras que deveriam ocupar o parque. Foi um dos órgãos que assessoram o Estado e contribuíram de forma expressiva para que o projeto de desapropriação fosse concretizado e, agora, cabe a ela ajudar também no processo do pagamento das indenizações – ressalta Guila Ramos, que passou a semana desenvolvendo gestões para conseguir outras adesões que possam levar a uma solução do problema, recorrendo, sobretudo, aos deputados da bancada do Norte de Minas.
- Eles precisam atuar com mais força junto ao governador Aécio Neves nesse aspecto, para que os produtores rurais recebam o pagamento o mais rápido. A cada dia que passa a situação desses quarenta e sete produtores piora, e uma solução precisa ser agilizada e de forma competente.
RECOMEÇO
Segundo Guila Ramos, os produtores rurais atingidos pela desapropriação esperam pelo pagamento das indenizações até mesmo como única alternativa para darem a volta por cima e retomarem com as suas atividades no campo. Lembra que a maioria está em débito com instituições bancárias e sem as mínimas condições de quitarem suas dívidas.
- Eles têm débitos com o Banco do Brasil e Banco do Nordeste, por exemplo, que podem ser perfeitamente quitados com os valores das indenizações. Mas, com essa condição de inadimplentes, estão com as mãos e os pés atados, sem poderem negociar a dívida e, muito menos, conseguir novos financiamentos dos bancos federais.
O vice-presidente da câmara municipal sublinha que as terras desapropriadas pelo Estado no município eram exatamente a garantia a que as instituições financeiras recorriam para que os recursos fossem liberados aos produtores rurais.
- Sem essa garantia, os bancos relutam em iniciar qualquer negociação financeira. O Estado não pode protelar no pagamento das indenizações e precisamos alertá-lo sobre a urgência dessa medida – reitera o vereador, acrescentando que muitos produtores, com a indenização, inclusive, poderão comprar outras terras para recomeçarem suas atividades.
- Eles vivem da produção rural e com a criação do parque ficaram impedidos de trabalhar. Muitos aguardam ansiosos pelo dinheiro, a possibilidade de adquirir novos sítios e tocarem a vida pra frente – encerra Guila Ramos.