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Sábado,13 de Setembro

Presidente da Câmara Municipal de Manga é denunciado por chantagem

Funcionário da casa alega que foi constrangido a repassar parte do salário para José de Sá Elvira

Jornal O Norte
Publicado em 30/06/2016 às 07:00.Atualizado em 15/11/2021 às 16:05.

Por Marcelo Valmor










Foto: Jerúsia Arruda

Moisés Santos Magalhães diz que após ser promovido, foi obrigado a fazer depósitos de parte do salário na conta do presidente

 

Moisés Santos Magalhães, funcionário contratado da Câmara Municipal de Manga, no extremo Norte de Minas, esteve na redação do jornal O Norte e relatou que que tem sido alvo de chantagens por parte do presidente do legislativo manguense, o vereador José de Sá Elvira (DEM). Segundo a denúncia, depois que foi promovido a diretor-executivo, ele foi obrigado a fazer depósitos de parte do salário na conta do presidente, prática ocorrida entre outubro de 2015 a junho de 2016, sob pena de ser demitido.

- Fui admitido na Câmara Municipal de Manga em 02 de janeiro de 2013 como auxiliar administrativo, com vencimentos de R$1.000 mensais. Posteriormente, fui promovido ao atual cargo, sendo remunerado em R$2.000, tendo parte desses valores – R$500,00 – depositados na conta do presidente da casa, o vereador José de Sá Elvira - relatou.

Recentemente, a Promotoria de Justiça Especializada Criminal do Rio Grande do Sul denunciou um vereador de Canoas, município distante 14 km da capital, Porto Alegre, por ter se apropriado de parte dos salários de duas servidoras. Coincidentemente, o valor cobrado da folha de pagamento era de R$500,00, os mesmo que, segundo o funcionário da prefeitura de Manga, ele estava repassando ao presidente.

- No dia 30 de novembro de 2015 fiz a primeira transferência eletrônica para conta corrente, em nome de José de Sá Elvira. Vieram, posteriormente, diversas transferências, uma delas feita de uma agência bancária do bairro Barro Preto, em Belo Horizonte, quando cumpríamos agenda do legislativo de Manga – afirmou.

O diretor-executivo da Câmara Municipal de Manga afirmou que após a história se tornar parte da conversa no legislativo local, passou a sofrer fortes pressões para que não efetivasse as denúncias. Um contrato falso foi redigido e promissórias assinadas para que os repasses feitos configurassem como empréstimos, e uma possível denúncia futura não prosperasse.

- Passei a sofrer forte pressão, e o presidente só acalmou quando elaborou este contrato e eu assinei as falsas promissórias. Sou ameaçado constantemente de demissão por estar fazendo essas denúncias. Outros funcionários estão sendo ameaçados também - relatou.

Moisés Santos Magalhães afirmou ainda que fazia os repasses diretamente para o vereador e presidente da Câmara Municipal de Manga, mas o destino do que transferia seria o pagamento de salário da servidora Maria Tereza Martins Oliveira, contratada pelo presidente como assessora, mas que na verdade estaria trabalhando como informante, levando para José de Sá Elvira os fatos ocorridos dentro do legislativo e que seriam de seu interesse.

Contatado pelo jornal O Norte, o presidente da Câmara Municipal de Manga, José de Sá Elvira, afirmou que as informações prestadas pelo funcionário do legislativo Moisés Santos Magalhães são inverídicas.

- Os R$500,00 reais mensais depositados na conta minha conta seriam para pagar R$3.000,00 que emprestei a ele. Nunca fui denunciado em toda a minha vida - afirmou.

O diretor-executivo Moisés Santos Magalhães, da Câmara Municipal de Manga, protocolou no Ministério Público de Minas Gerais, em Montes Claros, a denúncia contra o presidente José de Sá Elvira nessa quarta-feira (29).

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