Prefeito vence e recebe carta branca para aumentar os impostos do povo

Jornal O Norte
13/12/2006 às 10:06.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:46

Eduardo Brasil


Repórter


www.onorte.net/eduardobrasil

A orquestra da mentira,


segundo vereador, teria atuado


para aprovação de projeto danoso


ao povo de Montes Claros

O vereador Athos Mameluque – PMDB considerou catastrófica a aprovação do projeto de lei do executivo, ontem, pelo legislativo, instituindo alterações no código tributário de Montes Claros. Segundo ele, as medidas sinalizadas pelo prefeito são extremamente danosas à população e que, certamente, contribuirão para o aumento dos problemas que assolam o município - entre eles o do desemprego, já bastante acentuado na cidade.

- O comércio de Montes Claros, que será o mais punido com a carga tributária do prefeito, será sufocado e não terá alternativa que não seja a de demitir seus funcionários, já que o IPTU em algumas áreas subirá de R$ 850 para R$ 1 mil.




Athos Mameluque: - Eles mentiram para derrubar minhas emendas,


para o projeto ser aprovado como o prefeito mandou

O código tributário lembra Athos Mameluque, foi aprovado pela câmara, em 2005, com imperfeições, e que o plenário, portanto, teria perdido a oportunidade de corrigir, ontem, um grave erro.

- As minhas seis emendas tratavam de fazer as correções necessárias, mas a bancada do prefeito estava orquestrada para derrubá-las, a todas, sem exceção. Uma delas isentava idosos, proprietários de um único imóvel e com renda mensal de até dois salários mínimos do pagamento do IPTU. As demais buscavam corrigir o abuso dos juros contidos nas medidas do prefeito.

MAIS MENTIRAS

Athos Mameluque confessa que encara o desfecho da votação do projeto de lei do executivo - como o prefeito mandou, com tristeza, sobretudo pelo comportamento de colegas que chegam a mentir para satisfação do chefe político.

- Um dos membros da bancada situacionista usou até da mentira para derrubar minhas emendas que, sobretudo, adotavam os juros legais da Constituição Federal de 12% ao ano, 1% ao mês, contra a proposta do prefeito de usar a taxa variável Selic, penalizando o povo, já que mensalmente ela varia acima de 1%. Ele chegou ao absurdo de dizer que as taxas Selic eram menores que as constitucionais. Derrubaram as minhas emendas sob a orquestração da mentira.

MAIS DEVEDORES

O vereador entende que a ânsia do executivo em arrecadar recursos do povo, descarregando sobre ele impostos de valores abusivos levará a prefeitura a enfrentar um número ainda maior de inadimplentes.

- Se o povo, que só deixa de pagar seus débitos quando não tem recursos para isso, se ele já enfrentava dificuldades para pagar as taxas com os altos valores, as dificuldades triplicarão com as alterações no código tributário. Além de não ter como pagar as taxas, o povo também está desconfiado sobre o destino que o seu dinheiro leva quando quita a dívida. Para obras é que não vão.

O vereador conclui dizendo que Athos Avelino, em vez de dar ao povo um presente de Natal, deu a ele, com o catastrófico projeto um presente de traidor.

- Um presente de grego – acrescentou, referindo-se à lendária deslealdade sofrida pelos romanos na tomada de Tróia.

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