Muita bebida,
comida à vontade,
ônibus escolar para convidados,
tudo por conta do povo
Da Redação
O cenário foi o salão principal do mais requintado clube social de Montes Claros, decorado especialmente para o evento. Como atrativo, um coquetel com farto bufê, muita bebida, e direito a degustação da mais pura cachaça de Salinas. Para garantir um salão lotado, funcionários públicos de todos os escalões foram “convocados” para participar. Um ônibus escolar, doado pelo Governo do Estado para transportar alunos da zona rural foi usado para buscar convidados. Tudo isso pago com dinheiro público, dinheiro arrecadado através de salgados impostos pagos por cidadãos como você, que lê esta reportagem. E que, na sua imensa maioria, não foram convidados.
Na ânsia de tentar a todo custo reverter os baixíssimos índices de popularidade a administração do prefeito Athos Avelino promoveu uma grande farra no Automóvel clube de Montes Claros, com a justificativa de estar empossando 170 conselheiros do orçamento participativo da tal governança solidária. Se a intenção fosse mesmo fazer com que a população participasse das decisões tomadas pela administração, é no mínimo estranho que promovam “assembléias” com exatos dois anos e meio de atraso, já que o prefeito Athos Avelino foi empossado no dia 1° de janeiro de 2005.
O Automóvel clube foi o palco da farra promovida pela prefeitura
(fotos: Agência ON)
Antes que o batalhão de garçons começasse a trabalhar, o que se viu foi um delírio coletivo entre as autoridades presentes, ao ponto do prefeito ter sido chamado de competente em todo os discursos, que ignoraram as pesquisas de opinião e as vozes das ruas. Os mais entusiasmados foram os deputados Arlen Santiago e Carlos Pimenta, representantes da administração na Assembléia, já que a vereadora belorizontina Luzia Ferreira, a quem Athos declarou voto nas últimas eleições, não conseguiu se eleger. Carlos disse que a atual administração vai entrar pra história de Moc. Disso ninguém discorda/image/image.jpg?f=3x2&w=300&q=0.3"center">
Ônibus escolar doado pelo governo de Minas foi usado
para transportar convidados
Entre um discurso e outro, a musiquinha que embala a milionária campanha publicitária que a prefeitura vem pagando na mídia entrava em ação. O último a falar foi o prefeito. Justificou o atraso, alegando que teve de tomar carona em um avião particular para chegar a tempo. Athos Avelino “comemorou” a grande quantidade de empregos que vem sendo gerados, a ponto de nenhum pedreiro ou servente da cidade estar sem trabalhar. Mais uma vez, tomou como suas as obras realizadas pelos governos federal e estadual. Foi breve nas suas palavras. Logo encerrou o discurso. Era a hora dos presentes comerem e beberem as nossas custas.