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O prefeito foi preso na manhã de segunda-feira (18), em Brasília, durante a operação “Máscara da Sanidade II - Sabotadores da Saúde”. Também foi presa, em Montes Claros, a secretária municipal de Saúde, Ana Paula Nascimento.
No meio da tarde o prefeito chegou a Montes Claros e foi recebido por centenas de pessoas e ao som de vozes que diziam:
- Ruy Muniz, estamos com você!
A operação consiste no cumprimento simultâneo de 08 mandados judiciais, sendo 04 mandados de busca e apreensão, 02 mandados de busca pessoal, além dos mandados de prisão preventiva contra o prefeito e a secretária de Saúde, expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília/DF.
ENTENDA O CASO
Em 2014, o prefeito de Montes Claros havia denunciado os hospitais por não estarem prestando os serviços pactuados com o município e se recusou a realizar o pagamento dos serviços que não foram realizados. Em 2015, o governo do Estado retirou a gestão plena de saúde do município, sob alegação de que recursos não estavam sendo repassados. Na época, representantes da secretaria de Saúde divulgaram que estes recursos eram verbas do Pro-Hosp, destinadas à gratificação concedida aos hospitais por serviços prestados, e que não estariam sendo repassados pelo fato de estes não serem executados.
De lá para cá, uma queda de braço vem sendo travada. Este ano, o prefeito Ruy Muniz, em coletiva com a imprensa, apresentou dados que mostravam a queda nos serviços prestados pelos hospitais da cidade e falou sobre a desassistência em que se encontram desde que o Estado assumiu a gestão plena da saúde.
O prefeito denunciou várias vezes que há uma forte máfia em Montes Claros que age na saúde e que a própria Operação Desiderato, deflagrada pela polícia em 2014, seria prova disso.
Segundo a defesa do prefeito, todas as providências jurídicas cabíveis já foram tomadas, e que o prefeito Ruy Muniz continua acreditando na Justiça.
Em nota, a prefeitura de Montes Claros esclareceu que o prefeito permanece em pleno exercício do cargo e que todos os órgãos continuam funcionando normalmente. “A administração tem plena convicção de que a decisão absurda será revertida com a maior brevidade possível, por entender que a Justiça Federal foi induzida ao erro ao receber informações que não se harmonizam com a verdade”.
Ainda segundo o comunicado, “o prefeito cobrou profundas mudanças no sistema de saúde de Montes Claros, contrariando grandes interesses, o que provocou uma perseguição política contra ele e contra a secretária de Saúde”. A prefeitura conclui nota dizendo que está colaborando com as investigações.