Com a crise financeira pisando em seus calcanhares, prefeitos em primeiro mandato de alguns municípios do Norte de Minas ameaçam jogar a toalha e desistir da reeleição. Depois de Manoel Jorge (PT), em Januária, outro mandatário de cidade importante do Norte de Minas deve desistir da prerrogativa de buscar um segundo mandato.

O empresário nipo-brasileiro Yuji Yamada (PRP) dá sinais de que, para um mandato que não foi bom, pleitear dois seria um pouco demais. Pressionado por desaprovação recorde da sua administração, Yamada não deve disputar a reeleição. A partir de janeiro do ano que vem, o empresário deve se dedicar exclusivamente à empresa Brasnica Frutas Tropicais, que se transformou em referência nacional na produção e exportação, especialmente de bananas - ele é considerado o maior produtor individual do fruto.

Não deve ter faltado a Yuji Yamada a inspiração do guru Kazuo Inamori, em que diz ter se inspirado para levantar a Brasnica em pleno semiárido do Norte de Minas, na tentativa de mudar a cara de Janaúba. Mas os resultados não foram lá dos melhores. Agora mesmo o prefeito suou a camisa para lidar com uma greve de servidores municipais. Algo impensável para a rotina de disciplina e hierarquia com a qual conduz sua empresa.

Na gestão da coisa pública, não basta ‘desejar intensamente’ ou ‘definir claramente os objetivos’, além de correr atrás de ‘metas concretas’, ensinamentos que diz ter utilizado para transformar a Brasnica no portento em que ela se transformou ao longo d as últimas três décadas. A política no Brasil é coisa para profissionais (da política, bem entendido), no que explica em boa parte muito dos nossos fracassos. O eleitor de Janaúba dá adeus (Sayounara!) a Yamada com a sensação de ter parado no tempo durante quatro anos.